quarta-feira, 14 de março de 2012

Gordinha sim, e daí?

Não sou apenas uma gordinha, não nasci assim. Na verdade sou uma ex-magra. Não sei em que momento exatamente da minha vida mudei de categoria, mas na minha adolescência era magrela; fui um bebê magrelo, uma menina magrela e uma adolescente... magrela. E frustrada.

Ao contrário da maioria, queria ser mais “cheinha”; queria ter bunda, peito; isso sem contar o bullying, que no meu tempo não tinha tanta importância como nos dias atuais (nem tinha nome) era só zoação da galera. Os apelidos eram os mais diversos: O clássico Olívia Palito, espanador de lua, garça, girafa, macarrão e mil outras coisinhas meigas do tipo.

Odiava ser magra; e ainda era (e sou) alta. Mas um dia comecei a notar mudanças no meu corpo e na minha mente, os rapazes olhavam diferente e as meninas não me zoavam mais. Estava feliz, satisfeita com meu manequim 40.

No entanto, algum tempo depois, não sei exatamente quanto, engordei, casei, virei mãe. Tudo mudou, corpo, mente, objetivos, prioridades... E então, de tanto ouvir a opinião alheia, resolvi emagrecer.

Na verdade eu queria muito querer fazer uma dieta, mas no fundo não quero taaannnto assim. O pior disso tudo: as pessoas não entendem isso! Vivem me falando que estou acima do peso, gorda, feia... O mesmo bullying da adolescência, só que com nome diferente: conselho.

No meu entender, acredito que o ser humano tem uma busca incessante por superação, realização, quer sempre mais. As pessoas ficam chocadas quando você diz que é feliz com o que tem, como o que é. Não é acomodação, é a verdade.

Se eu quisesse de verdade, conseguiria, mas tem outras coisas na vida que quero mais do que ser magra. Agora já temos até modelos Plus Size e moda especializada! Não estou fazendo apologia à gordura e nem a obesidade, mas sim ao bem-estar. Sou saudável e sou gordinha. E isso, para mim, é o que importa.

Por Luciana Leira

Publicado em Março de 2012

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