segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O que importa é o amor!


Sexualidade é sempre um assunto complicado. Por mais debates e abertura que se tenha, acaba sempre, de uma forma ou de outra, gerando alguma polêmica. Quando o assunto em questão é a sexualidade dos filhos então, a coisa esquenta. 

As pessoas tendem a pensar que os filhos nunca vão crescer e tomar suas decisões sozinhos. Nós, os pais, sempre achamos que eles serão os eternos bebezinhos. Que doce ilusão! Chega uma hora em que tudo isso muda.

Chegam os hormônios, a adolescência, os amigos, a fase da explosão! E aí, como encarar essa etapa da vida dos nossos já não tão “pequenininhos da mamãe”? Bem, estar atualizado e preparado para lidar com o básico é fundamental.

As explicações para as perguntas que fazem as bochechas de qualquer pai ou mãe corar também. Na teoria tudo é muito simples, mas a prática... Como saber se devemos deixar ou não o namorado da sua filha dormir em casa com ela? Ou se seu filho, lindo e másculo resolve, ao invés de uma namorada, apresentar um namorado?

Como sempre o melhor caminho é o diálogo. Procurar solucionar as dúvidas dos filhos de maneira clara e objetiva e tentar entender o lado deles. Nessa hora, de nada adiantam brigas, proibições, o que os vizinhos vão falar, ou “Oh meu Deus! E eu que acreditava não ser preconceituosa”. 

Eu gosto de conversar e puxo-papo com todo mundo. Não consigo ficar calada por muito tempo e adoro conhecer pessoas. Dia desses, eu conversava com um rapaz e durante o nosso papo ele me disse que era homossexual. Confessou que sofreu resistência da família quando revelou sua condição/opção, mas que hoje está tudo bem.  

Não sei que caminhos ele tomou, nem como a questão se resolveu, porque chegou meu ponto e tive que descer do ônibus, mas gostaria de ter tomado conhecimento. Fiquei pensando: de que adianta renegar às escolhas de um filho? Não seria melhor aceitá-lo como é e amá-lo, do que afastá-lo da família?

Por que estamos sempre cobrando atitudes e querendo interferir em tudo? Afinal, ele não deixará de ser seu filho por isso? E nesse turbilhão de pensamentos caminhei até a minha casa: Coitado! Não coitado não, que corajoso! E se fosse comigo? Mas e daí, ele é tão legal! Ué gente, a sexualidade dele não importa e sim o caráter. Não, ninguém devia interferir nisso...

Aff! A cabeça começou a formigar... Assim que cheguei em casa, peguei minha filha no colo, me sentei e disse: “filha, você pode fazer o que quiser, ser o que quiser, que eu não vou te amar menos por isso, to bom?

To bom mamãe, eu também te amo!”

Por Luciana Leira

Publicado em Agosto de 2012

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