terça-feira, 11 de maio de 2010

Pin Up

A primeira sex symbol da história


Numa época em que o nu feminino era considerado tabu, surgiram nos Estados Unidos as pin-ups. E até hoje àquelas modelos de seios fartos, pernas grossas e cinturinha de pilão mexem com o imaginário masculino.

No auge do teatro de revista, lá pelo final do século 19, muitas dançarinas foram transformadas em estrelas após posarem para revistas, anúncios, cartões e maços de cigarros, dominando a imaginação dos homens.

Mas foi o artista plástico peruano Alberto Vargas (1896-1982) quem praticamente criou o conceito pop das pin-ups. Desde sua chegada a Nova York, em 1916, ele ficou fascinado pela beleza e estilo das garotas americanas e passou a retratá-las.

Por por volta da década de 40 elas ganharam força, quando a revista Esquire publicou um calendário com as garotas criadas por Vargas - Varga Girls -, que viraram um sucesso imediato ao ocupar portas de armários e paredes dos quartos de milhares dos seus admiradores. Muitos deles jovens soldados ou ainda atletas e adolescentes curiosos.

As imagens podiam ser recortadas de revistas, jornais, cartões postais e cromo-litografias. Daí o nome de Pin Up, “a garota de papel” que é pendurada por meio de alfinetes (to pin-up) há mais de um século.

Muitas delas eram fotografias de atrizes e celebridades consideradas sex symbols. Um exemplo é Betty Grable, que se firmou como a primeira mais popular quando um de seus posters tornou-se onipresente nos armários de soldados norte-americanos.

Aliás, durante a Segunda Guerra Mundial as pin ups eram carinhosamente chamadas de “a arma secreta” devido ao fato de servirem como calmante para os ansiosos pracinhas nas frentes de batalha.

Nessa época mostrar as pernas era considerada uma atitude subversiva, enquanto que fotografias de mulheres nuas poderiam indicar atentado ao pudor. Visando evitar problemas e ao mesmo tempo “resolver outro”, o jeito encontrado para satisfazer a solidão dos soldados foi a criação de modelos que reproduzissem o padrão de beleza feminina considerado ideal, feitos a lápis e tinta.

Após uma temporada bem-sucedida na Esquire, Vargas - que teve como modelos Marilyn Monroe e Ava Gardner - tornou-se o principal ilustrador da revista Playboy, que desde o seu lançamento em 1953 foi uma das maiores divulgadoras das pin-ups.



Vale lembra que outro termo utilizado para definir “foto pin up” é a expressão “cheesecake”, usada na frase “better than cheesecake” (“um verdadeiro pitéu”) para definir uma bela mulher.


Oops, deixei cair minha calcinha!


Destinadas à exibição informal, as pin-ups constituem-se num tipo leve de erotismo, sendo que seu conceito clássico é ser sexy sem ser sexy. Deu para entender? É mais ou menos assim: ter certa inocência e ingenuidade. Estar vestida, mas em alguma posição ou situação que revele, sem querer e de forma sensual, partes do seu corpo.



Com a ascensão da cultura pop e do american way of life nos anos seguintes ao final da Segunda Guerra, a beleza e o estilo das pin-ups criadas por Vargas ganharam novas versões em diferentes estéticas e culturas. O cinema americano e europeu foi uma das manifestações artísticas que as incorporou ao seu universo.

Em Hollywood, destacaram-se atrizes como Marilyn Monroe e Jayne Mansfield, enquanto que na Europa surgia Sophia Loren e Brigitte Bardot. Em todas elas o padrão das pin-ups popularizadas pelas ilustrações de Vargas permaneceram. Mulheres bonitas com seios volumosos, cinturas finas, quadris bem delineados, pernas torneadas e ar sensual.

Nos anos 50 surgia Bettie Page, garota que se tornaria um ícone das pin-ups e da cultura pop. Aos 27 anos ela entrou para a galeria das garotas mais sensuais, graças às aparições na Playboy, calendários, cartas de baralho, outdoors e vários outros produtos, em situações provocantes.

Com o surgimento da Pop Arte nos anos 60 a fusão de pin-ups com a nova estética foi imediata, já que inspiravam os artistas a transformar o vulgar em refinado. A imagem de Marilyn Monroe foi imortalizada em quadros de Andy Warhol e dois dos principais artistas do gênero passaram a utilizar as pin-ups em suas obras, Roy Lichtenstein e Mel Ramos.


A partir da década de 70, com uma maior liberalização dos costumes e avanços da indústria pornográfica, as pin-ups perderam um pouco seu espaço. Mas mantiveram-se no imaginário da cultura pop. E o que começou como ilustrações para reproduzir a beleza estética e o poder de atração feminina, se transformou em personagens de carne e osso. Chegando a meados dos anos 80, graças a uma retomada da estética “pin-ups”, a ser marcado por elmentos futuristas e fetichistas.

Até hoje o universo das pin ups são reeditados no cinema, em artigos femininos e editoriais de moda. Atualmente a loja de departamento Casa & Vídeo entrou na onda pin up e passou a utilizar imagens baseadas nelas para ilustrar seus produtos. 

Agora uma curisidade. O que muitos não sabem é que há homens, equivalentes masculinos de modelos e atores atraentes, que podem ser considerados pin ups. Um exemplo é o ator Brad Pitt. Nesse caso o termo utilizado é “beefcake” (“bofe”, em gíria brasileira).


Criadores de pin-ups


- Alberto Vargas (1896-1982): nascido no Peru, Vargas chegou a Nova York em 1916 e seus primeiros trabalhos foram cartazes para as peças teatrais na Broadway, nos quais já mostrou seu talento em retratar as belas atrizes. Desde os anos 20 criou várias ilustrações exóticas de nudez feminina, mas foi somente nos anos 40 ao trabalhar para a revista masculina Esquire que suas pin-ups girls tornaram-se famosas e populares. Nos anos 60 e 70, ele foi o principal ilustrador da Playboy e criou ilustrações de pin-ups que viraram verdadeiras obras primas.

- George Petty (1894-1975): sua fama vem da série de pin-ups que desenhou para a Esquire de 1933 até 1956, que ficou conhecida como “The Petty Girl”. Suas garotas ficaram mais famosas ainda ao serem reproduzidas nos aviões de combate usados pela Força Aérea norte-americana na Segunda Guerra Mundial, incluindo o “Memphis Belle”, um B-17 conhecido como “fortaleza voadora”.

- Gil Elvgren (1914-1980): muitos minimizam seu valor por o considerarem um artista muito comercial, mas é justamente pela intensa criação de pin-ups para campanhas publicitárias de produtos da Coca-Cola e da General Electric, entre outras marcas, que Gil Elvgren tornou-se um dos mais importantes criadores de pin-ups no século 20. Além do seu trabalho para publicidade, ele contribuiu com ilustrações para importantes revistas americanas, como a Cosmopolitan.

Por Tatiana Bruzzi

Publicado em Maio de 2010

2 comentários:

Anônimo disse...

Bem legal!
Vim conferir o post, pois gosto de pin-ups. Gosto do estilo dos desenhos.

Bjs
Balaio Variado

13 de julho de 2010 às 17:59
Taty Bruzzi disse...

Olá, legal que tenha gostado. E sempre que quiser, volte a nos visitar. :)

Bjs,

Taty!

30 de julho de 2010 às 13:45
 

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