quinta-feira, 31 de maio de 2012

Espelho, espelho meu...


“Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?” A frase, eternizada pela voz da madrasta da Branca de Neve, nunca fez tanto sentido em um mundo narcisista como o nosso, onde o poder da imagem é incalculável.

Dizem que quem vê cara não vê coração. Verdade ou não, os espelhos têm um imenso poder de fascinação. Seja pela sua beleza e brilho, seja pela imagem refletida nele.

O homem se viu pela primeira vez através do seu próprio reflexo na água, reconhecendo sua imagem e agregando outros elementos que determinavam a compreensão de sua própria identidade. A partir dali, junto ao processo de dominação da natureza, os espelhos ganharam espaço e importância na nossa sociedade.

De acordo com pesquisadores, a primeira tentativa de se fabricar um aconteceu há cerca de 3000 A.C., através do polimento de metais e pedras. Longe de parecer com os atuais, os modelos refletiam apenas os contornos de uma imagem distorcida.

No final do XIII é que os espelhos com melhor nitidez foram fabricados, combinando uma camada de vidro e uma fina lâmina de metal, revelando nitidamente as feições de quem surgia à frente.

Mas, por se tratar de uma grande novidade do mercado, eram raros e muito caros. Para se ter ideia, entre os séculos XV e XVI, um espelho de proporções médias valia mais que pinturas renascentistas ou um navio de guerra.



Sua popularização começou somente no século XVII, quando o rei Luís XIV designou um de seus ministros para subornar artesãos venezianos, que possuíam uma técnica de fabricação. Assim, os franceses conseguiram construir o lendário salão de espelhos no Palácio de Versalhes.

Com a Revolução Industrial, os espelhos começaram a baratear, facilitando sua entrada em ambientes domésticos, das mais variadas classes sociais, como um dos objetos de decoração mais procurados. Hoje, mais que um simples observador da vaidade, são utilizados também no funcionamento de máquinas e nos estudos dos princípios da Física.


Lendas e mistérios


A gente sempre ouviu falar que a imagem do vampiro não reflete no espelho porque o objeto capta nossa alma. Além desse, há muitos outros mitos envolvendo a história desse objeto sedutor. Entre eles, a de que sugam nossa energia ou que nos mais antigos estariam as almas de todas as pessoas que nele já olharam.

Verdade ou lenda? O Espetaculosas separou algumas dessas histórias curiosas  para você. Confira!

  
Sete anos de azar

Dizem que quem quebra um espelho tem sete anos de azar. A crença vinda de povos primatas, que perdurou até o início do nosso século, se deu pelo hábito de associar a imagem do espelho a uma versão do original. Portanto, se você danifica o objeto, automaticamente estará danificando a imagem nele refletida: a da sua alma. 

Já o longo período de sete anos se justifica na crença de que esse seria o tempo para o corpo se renovar por inteiro. Inclusive, sua imagem.

E se você teve o “azar” de quebrar um espelho, saiba que há uma solução para afastar o mau agouro: lavar os cacos em um rio que siga para o sul, levando junto a má sorte ali deixada. Ou ainda, enterrar na terra e se livrar do mal potencializado.

Espelhos cobertos

- No tempo da nossa avó era comum cobrir espelhos durante uma longa e assustadora tempestade, isso porque se acreditava que o objeto atraía raios.

- Já os dos quartos eram cobertos para evitar que a alma de quem dormia ali saísse do corpo e ficasse presa nele.

- Enquanto que o ato de cobrir o espelho na casa de alguém que morreu ocorria para evitar que a alma do finado não levasse consigo a de algum morador da casa.


Bloody Mary - a maldição do espelho

Em 1978, o especialista em folclores Janet Langlois publicou nos Estados Unidos uma lenda que até hoje aterroriza jovens do mundo inteiro: Bloody Mary, conhecida também como A Bruxa do Espelho.

Mary teria sido executada, há cem anos, acusada de praticar magia, e encontrado uma forma de se vingar. Mediante uma espécie de ritual: uma jovem, envolta em um cobertor, vá para o banheiro e quando o relógio bater 13 vezes, ela sussurra seu nome: “Bloody Mary.”, ela aparecia e matava a pessoa que chamava por ela.

Há quem confunda a história da “Bruxa do Espelho” pela da Maria Tudor (Greenwich 1516 – Londres 1558). Filha de Henrique VIII e de Catarina de Aragão. A jovem tornou-se rainha em 1553 e se esforçou para restabelecer o catolicismo na Inglaterra. Suas perseguições contra os protestantes valeram-lhe o codinome “Maria, a Sanguinária” (Bloody Mary).

Em 1554, ela casou-se com Filipe II da Espanha e essa união não agradou a população da França, ocasionando em uma guerra desastrosa, que levou à perda de Calais (1558). Dizem que para manter sua beleza, a Rainha tomava banho com sangue de jovens garotas, o que jamais se comprovou.
O preço da vaidade
Mito da Grécia antiga, Narciso se apaixonou pela própria imagem refletida em um lago e morreu de inanição, ao passar o resto da vida tentando acariciá-la.

A história serve para mostrar que a beleza, assim como o reflexo, é efêmera e transitória. Portanto, a quebra da imagem representaria sua própria morte.
Curiosidade:

Dizem que ficar lado a lado de uma pessoa com energia negativa, frente a um espelho, é perturbador. Pesquisas mostram que tensão é energia negativa e o espelho reflete uniformemente, tornando a incidência sobre você muito maior. 

Sendo assim, se você estivar relaxado procure não se aproximar de quem esteja tenso. E se for ao contrário, evite prejudicar seu amigo.

Por Tatiana Bruzzi

Publicado em Maio de 2012

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