sexta-feira, 4 de março de 2011

Lugar de coreto é na praça

Em cada cidade ou bairro existe uma praça, espaço central aberto onde o povo elegeu como local de suas concentrações. Para lá se desloca a multidão quando convocada a participar de manifestações religiosas, políticas ou de lazer. Passar pela praça significa participar da vida urbana. No Carnaval, em particular, lugares públicos retomam diferentes formas de convivência.

Nos festejos de Momo, o reduto das crianças e aposentados sai da rotina para receber foliões e blocos de rua. Com isso lucra o comércio local, que se organiza e banca a decoração das ruas e do coreto. Não é à toa que, desde 1972, a Riotur promove o Concurso de Coretos de Bairros com o intuito de incentivar a população a brincar o carnaval em seu próprio bairro.

Com a revitalização do carnaval de rua, espaços livres de construção resgatam o papel urbanístico e social para o qual foram concebidos. Desse modo, o exercício da cidadania se faz necessário, uma vez que o comportamento do usuário tem que estar de acordo com as normas estabelecidas para o bem-estar comum.



Normas que obrigam a Prefeitura do Rio a instalar banheiros químicos nas ruas, e cobram do folião uma conduta adequada e civilizada para usá-los. Por conta disso, propagandas foram lançadas na mídia com a finalidade de ridicularizar os mijões e conscientizá-los de que a prática é crime contra o patrimônio público e atentado ao pudor.

Tarefa difícil por ser uma festa popular, em que pessoas de diferentes origens e papéis sociais se aglomeram e dançam conforme a música. E não existe música mais contagiante do que as marchinhas e sambas de enredo. Os componentes das bandas acreditam nisso. Do coreto, eles incrementam as batidas do tambor e aumentam o som dos metais para fazer o povo pular sem parar.



Assim, o lugar da praça fica reservado ao congraçamento dos cidadãos em dias especiais. Símbolo e ponto nevrálgico de encontros para diversos fins. Que esses fins sejam em prol da liberdade de manifestar direitos, desejos e alegria de forma pacífica e educada. Para o povo basta um coreto. Quem gosta de palanque é o político.

Por Maria Oliveira

Publicado em Março de 2011

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