sexta-feira, 26 de março de 2010

Preconceito na educação?

Globalização e tecnologia em alta. Essas são algumas características dos dias atuais, mas tem uma coisa que ainda não mudou: o preconceito e machismo. Mês passado, o Espetaculosas publicou uma matéria falando sobre o assunto que está imperando nas escolas. Agora, pegando carona no assunto que ainda tem muito pano para manga, contaremos a história de Michel Amâncio Furtado. Alguém que sabe bem o que é isso.

O jovem de 23 anos é professor e leciona para alunos de 7 a 11 anos. Ele sente na pele o preconceito dos pais. “Posso dizer que acontece meio que indiretamente, pois a maioria deles não comenta nada, já que seria um crime, mas sinto nos olhares dos pais”, relata.

Michel diz que os pais ficam espantados ao saber que um rapaz é o professor de seu filho. Um deles foi à secretaria reclamar. “Eles ficam muito inseguros e procurando apenas um pequeno erro da minha parte para me julgar e conseguir um pretexto para questionar o fato de o filho estudar com um professor, mas com o tempo, graças a Deus, ganho a confiança deles, pois amo a minha profissão”.
 
O professor não entende esse tipo de atitude. “Vejo como um ato de pessoas sem cultura, que tem pensamentos totalmente pré-históricos. Se pararmos para pensar, na história de nosso país, os primeiros professores eram do sexo masculino. Oro por estas pessoas e peço ao meu Deus que me dê força”, desabafa.

Michel não se inibe e age de acordo com a gravidade do caso. Por sua vez, segundo o professor, a escola ouve e explica aos pais. “A diretoria os orientam e fala sobre minha capacitação para o cargo. Diz que um professor nas séries iniciais é muito importante na formação da identidade das crianças”.

Ele, que é o primeiro professor do sexo masculino a dar aulas para essa faixa etária no colégio, conta que teve um professor que o incentivou quando criança. “O professor Marcos, que me deu aula na 3ª série, me incentivou muito e alertou sobre tudo que iria passar em minha vida profissional. Ele pode ter passado por situações parecidas às minhas”, conclui Michel.

Por Roberta Marassi
 
Publicado em Abril de 2008

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