quarta-feira, 31 de março de 2010

Ahh... Paris!

A terra do romance e do luxo, certo? Uhm... Por pouco, quase não foi!


A primeira impressão que tivemos de Paris foi a pior possível. Já tínhamos passado pela Alemanha, onde tudo é limpo e com cara de novo, e em Paris tudo era velho, escuro, havia pichações em muros, me lembrava o Brasil em alguma coisa. O metrô e o trem, a neve que caía forte, as ruas escorregadias, o nosso cansaço da viagem longa, o céu nublado, tudo parecia desmanchar a imagem linda que tínhamos da cidade. Para completar, encaramos a má vontade dos recepcionistas do hotel e da vendedora do ticket para o transporte, que nos fez pagar duas vezes o valor da passagem. Pagamos caro por não falar tão bem o francês. Ou quase nada!



Mas, felizmente, depois de comer o pior crepe da França para matar a fome e de cochilar um pouco para recarregar as baterias, fomos jantar com amigas na Champs Élysées. E aí tudo mudou. A neve tinha parado, o metrô que era estranho passou a ser cultural.

Pegamos a linha amarela, a mais antiga da Europa, que passa por pontos como o Arco do Triunfo e o Louvre. Descemos na estação George V sem saber o que iríamos encontrar. E quando estávamos nos últimos degraus da escada (aja pernas!), tivemos a visão mais linda e sentimos pela primeira vez o clima francês. Eram as árvores iluminadas da Champs Élysées. Elas brilhavam em azul e branco, e a extensão da avenida era enorme. Terminei o último degrau da escada, olhei em frente e lá estava o arco do triunfo. “Estamos em Paris!”, eu e minha irmã dissemos quase juntas!

Daí em diante foi só alegria. Andar pela Champs Élysées, mesmo sem dinheiro, é um luxo só. As calçadas são largas e as vitrines das lojas são maravilhosas, tais quais a Regent Street, em Londres. Jantamos num restaurante italiano chamado Bistrô Romain e comemos o que pra nós vai sempre ser o melhor Creme Brulee da frança.

Nessa mesma noite, depois do jantar, voltamos para o hotel onde planejamos rapidamente o que faríamos no dia seguinte. Afinal, eram apenas mais dois dias em Paris. Tínhamos que ser estratégicas.

O primeiro dia!

Depois de um café da manhã delicioso, com panquecas, queijos e manteigas francesas, fomos para a Sacré Coeur, a igreja do Sagrado Coração, que fica no alto do bairro de Montmartre. Para chegar nela você tem que subir uma escadaria fora do comum, ou pegar um elevador que mais parece um bondinho. Com neve e escorregando, não dá pra subir a pé, certo?! Como nosso ticket do transporte pagava a entrada do bondinho, subimos.


A basílica é maravilhosa, por dentro e por fora. A vista de Paris, lá de cima, também é incrível. Não é permitido tirar fotos no interior da igreja, mas conseguimos, discretamente, gravar o áudio das freiras cantando durante a missa. Celestial!

Da basílica, descemos algumas ruazinhas para pegar o metrô e andar mais uma, ou duas estações, a caminho do Moulin Rouge. Tínhamos que pelo menos ver o teatro. O espetáculo custava 90 euros pra cada uma, no assento mais barato. Então ficou para uma próxima. Mas, não deixamos de comprar suvenirs na lojinha ao lado do teatro.

Almoçamos por lá mesmo e partimos em direção a outra igreja, a famosa Catedral de Notre Dame. A arquitetura é totalmente diferente da Sacré Coeur, mas é tão maravilhosa quanto. A quantidade de turistas também é grande e obviamente encontramos brasileiros. Nessa hora, são fotos pra todo lado, e acabamos trocando ideia com pessoas de várias partes do mundo.

A Notre Dame é a maior igreja que vimos em toda a viagem. Ao contrário da Sacré Coeur, pudemos tirar fotos dentro da Catedral. O interessante das duas igrejas é que ambas tem um altar central grande, com os bancos à frente, mas em volta existem corredores que levam a outros pequenos altares e capelas. A mais impressionante delas, em minha opinião, é a capela de Nossa Senhora, logo atrás do altar da Notre Dame.


Uma dica interessante é visitar a área paga da Notre Dame, onde estão expostos “riquezas da igreja”. São apenas 3 euros e podemos ver ostensórios de ouro e brilhante, roupas de Papas, peças usadas nas cerimônias, entre outras coisas. Muito interessante!

Por fim, depois de andar muito, era hora de ir pra Champs Élysées fazer compras e jantar.

O segundo dia!

Em Paris tudo é distante, nosso roteiro no primeiro dia valeu muito porque conseguimos fazer coisas perto uma das outras. No segundo dia, nossa primeira parada foi a Torre Eiffel. Demos muita sorte. O céu estava azul e o sol brilhando. Porém, um gelo.

Ficamos esperando pouco mais de 30 minutos para subir apenas até o 1º andar da torre, por conta da neve e manutenção. Mas era suficiente para sentir muito frio. Não havia nenhum café aberto lá em cima, então apreciamos a vista, tiramos muitas fotos e descemos para tirar mais lá embaixo e partir para nosso segundo ponto do dia, talvez o mais importante para nós, o Louvre.

Não estou desmerecendo a torre. Ela é, sem dúvida, muito bonita, muito alta e um símbolo de poder na França. É possível ver o holofote que fica no alto dela, brilhar a noite em diversos pontos da cidade. Só para gente não esquecer que ela está lá. Mas, mais do que a torre, uma coisa que me emocionou muito foi ver o rio Senna. Lá de cima, conseguimos ver os contornos do rio e as várias pontezinhas que o cortam.
Enfim chegamos ao Louvre. Reservamos a tarde toda para ele, pois sabíamos que demoraria. E vale a pena! Na grande área que abriga o Louvre vemos o seguinte: são três prédios enormes e clássicos que se encontram formando uma letra “C”. No meio dos prédios existe um pátio com fontes e a grande pirâmide de vidro, que se tornou a entrada principal para o museu. Lembram-se do Código Da Vinci?



Entrando na pirâmide, descemos as escadas e vemos um saguão (como se fosse um piso subsolo) que dá acesso a todos os prédios do museu. Não existem guichês com vendedores para comprar a entrada. É tudo feito em máquinas, como num metrô. Tem áreas do museu que visitamos e que ninguém nos pediu o ticket. Mas todos o compram direitinho, mesmo sem a fiscalização. Ponto pros Europeus e para os turistas que respeitam a lei.

Passamos quatro horas lá dentro. Vimos obras famosas como a Monalisa. Mas também nos encantamos com esculturas e pinturas por todos os lados. O teto do Louvre, que antes era um palácio, é uma obra de arte por si só. Cada cômodo um teto diferente. Impressionante!



Ao contrário do que eu imaginava, é possível fotografar, filmar e até tocar nas obras. O que torna o museu muito mais interessante. Uma área que eu não conhecia e que agora aviso a todos para visitarem, é uma parte que eles chamam de “Apartamentos do Napoleão”. É um pedaço do que restou da casa do Napoleão que, em algum momento, foi dentro do que hoje é o Louvre. Maravilhoso!


Cuidados e curiosidades:

- Em busca de uma refeição mais em conta, olhávamos o cardápio na porta dos restaurantes e lanchonetes, mas sempre dando mais atenção ao prato do que a bebida. Numa dessas, pedimos uma pizza (muito boa) que era barata, mas o refrigerante saiu a 5 euros uma garrafinha. E nós tínhamos bebido três. Vacilo!

- Cada ticket para o Louvre custou 9 euros. Compara com o refrigerante!

- Comprar o serviço de internet do hotel vale a pena. Eram 10 euros por 3 horas de uso, que podiam ser interrompidos. Usamos a net para acessar o Google Map e pegar localizações, além de nos comunicar com a família.

- É sempre bom iniciar uma conversa em francês e depois passá-la para o inglês. Eles vão te receber melhor. É fácil dizer “Bonjour” ou “Excuse moi”.

- Nossos recepcionistas eram tão chatos que nem boa viagem, na hora de ir embora, eles desejaram.

Por Carolina Andrade
 
Publicado em Junho de 2009

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