quarta-feira, 31 de março de 2010

Porque eu quero as olimpíadas de 2016

Recentemente o Rio de Janeiro foi escolhido sede das Olimpíadas de 2016. Mas é válido dizer que nada veio fácil. Antes dessa candidatura, a cidade já havia tentado outras duas vezes. Todas em vão. Organização, espírito esportivo e de equipe foram essenciais para essa conquista.

A campanha pelos jogos olímpicos precisou de muito empenho por parte de seus dirigentes. Melhorias para a cidade em termos de segurança, transporte e comodidade, fizeram parte do projeto lançado. Assim como a promessa de novas instalações e equipamentos. Era preciso mostrar que um país humilde tem capacidade de realizar grandes eventos como outro qualquer.

Após a confirmação favorável a cidade brasileira, surgiu opiniões adversas. De um lado, há os que se sentiram orgulhosos pela conquista. Brasileiros, cariocas ou não. De outro, os que acreditam ser um investimento momentâneo e desnecessário. Investimento esse que deveria ir para outras modalidades, como saúde e educação.

O sonho de sediar uma olimpíada começou a ser lapidado graças ao Pan de 2007, realizado aqui. A competição, que requer muitos investimentos como qualquer outra do gênero, nos proporcionou subir alguns degraus rumo ao pódio. Tendo segurança, organização e voluntariado como pontos favoráveis. Também foi graças ao Pan-americano, que entramos na briga pela Copa de 2014. Briga essa que vencemos. E quem agradece é o nosso Maracanã, que abrigará a final.

Diante disso, e levando em consideração a pequena polêmica que se criou em cima do Rio 2016, sou obrigada a levantar uma questão. Quando se falou na Copa do Mundo em terras brasileiras, não vi ninguém questionando a respeito da defasagem no campo educacional, muito menos da saúde. Não se falou em segurança, nem na falta de transporte. Desemprego então, passou longe. Mas é claro que temos uma justificativa plausível. Somos o país do futebol.

O investimento para se realizar uma olimpíada é grande, ninguém duvida. Nosso país vai precisar desembolsar um bom dinheiro, se quiser arcar com todas as promessas. Mas antes de pensar em desperdício, é preciso creditar nas melhorias a longo prazo.

O projeto original prevê extensão nas linhas de transporte, aumento do policiamento nas ruas, crescimento da rede hoteleira, mudanças na grade curricular da rede pública, além de obras feitas nos locais de competições.

A princípio muitos vão achar que tudo isso não passa de desperdício do dinheiro público, quando na verdade são investimentos significativos. Mudanças que contribuem para o lado estético e habitacional proporcionam crescimento e desenvolvimento. Já que melhorias na qualidade de vida em cidades turísticas representam aumento de visitantes e, consequentemente, movimento de dinheiro.

Outro fator favorável será a geração de empregos, que também virá a longo prazo. Principalmente nos setores de construção civil e hoteleiro. E esse reflexo já está sendo observado, com mudanças e adaptações de empresas e profissionais da área de turismo.

Por fim, mas não menos importante, a geração de novos atletas. Chega de talentos desperdiçados. Quantos já deixaram de ir a uma olimpíada por falta de patrocínio? Sendo realizada aqui o passaporte fica muito mais fácil.

É chegada à hora de se conscientizar que o esporte não é somente futebol. Acreditar em nossos jovens, descobrir novos talentos e levá-los da rua direto para as quadras, pistas, tatames, piscinas e também gramados. O lance foi feito, a nós só resta cobrar.

Por Tatiana Bruzzi
 
Publicado em Setembro/Outubro de 2009

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