segunda-feira, 29 de março de 2010

Dancin’ Days

30 anos do sucesso que marcou época

Sucesso da época das discotecas, a novela Dancin’ Days, escrita por Gilberto Braga e exibida pela TV Globo entre os nãos de 78/79, já é uma balzaquiana. Com o título original de A Prisioneira, a trama era baseada na vida de Júlia Matos (Sônia Braga), que ganhava a liberdade após cumprir 11 anos numa prisão.

A ex-presidiária começa a se reerguer a partir de seu relacionamento com o diplomata Cacá (Antônio Fagundes), mas tinha pela frente a difícil tarefa de conquistar o amor de sua filha, a adolescente Marisa (Glória Pires), que durante esse tempo foi criada por Yolanda Pratini (Joana Fomm), irmã de Júlia.

Além da trama central, a história também se baseava no dia-a-dia das outras personagens, que representavam um povo brasileiro mais "pé-no-chão". Pessoas que se desdobravam para aumentar a renda familiar, jovens que lutavam para sobreviver desde cedo, casamentos sem perspectiva, mulheres que tentavam defender seu espaço e se destacar na sociedade, relacionamentos imaturos da adolescência, dilemas sobre divórcio... Um verdadeiro retrato da classe média brasileira.


 
Dancin’ Days foi um marco para a teledramaturgia brasileira, e é lembrada até hoje por quem já passou dos trinta. A novela era a grande onda da TV no final da década de 70, e acabou ficando marcada por conta da inovação e sucesso estrondoso. O autor, que na época estava com 33 anos e era considerado novato no ramo, se tornou célebre graças à novela. Dancin’ Days foi seu primeiro trabalho individual em horário nobre.

A novela chegou a ser exportada para dezenas de países e chegou a ganhar o prêmio “Asa de Ouro do Sucesso”, concedido pela crítica italiana. A protagonista Sônia Braga chegou a dizer que a novela foi tudo aquilo que a televisão poderia ter sido, mas não foi. Uma história sem grandes mistérios, porém interessante, que prendia a atenção do país inteiro.



 
Além do sucesso entre as telenovelas brasileiras, Dancin’ Days também representou um marco na era “disco”, que fervia o mundo todo na década de 70. Foi com essa novela que a moda discothèque surgiu no país. Não só na tela ou nas pistas, como também no mercado fonográfico e na moda. Quem não se lembra das Frenéticas cantando “Dancin’ Days” e das sandálias bem altas, usadas pelas mulheres, em composição com as famosas meias de lurex?

A história começou a esquentar quando a discoteca que dava nome à novela foi inaugurada. A partir daí, passou a ser o centro de grandes acontecimentos, como o retorno de Júlia Mattos, que sumiu da história por uns tempos para voltar meses depois cheia de charme. A imagem de Sônia Braga se acabando numa pista de dança está na cabeça dos brasileiros até hoje.

Por Tatiana Bruzzi
 
Publicado em Fevereiro de 2009

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