quarta-feira, 31 de março de 2010

Woodstock

O sonho da paz e do amor

Em 1969, enquanto os americanos festejavam a chegada do homem à lua como uma causa nobre, o mundo testemunhava a violência da Guerra do Vietnã, golpes de estado espalhavam-se pela América Latina e Oriente Médio, e milhares de crianças morriam de fome na Biafra. Em meio a tantas mazelas, mudanças políticas, sociais e comportamentais, surge uma ideia de quatro jovens empreendedores que acreditavam na utopia de que dias melhores viriam: resolveram patrocinar o Festival Woodstock, que acabou sendo o maior espetáculo da contracultura.

Há 40 anos, durante três dias - de 15 a 17 de agosto -, um palco foi montado na pequena cidade de Bethel, estado de Nova York, para apresentar astros como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Bob Dylan, Santana e The Who. Mesmo sem nenhuma infraestrutura que garantisse o êxito do festival, os idealizadores John Roberts, de 24 anos, e Joel Rosenman, de 26, apostaram no movimento hippie da “paz e amor”, como lema que atraísse o público para o evento. Para tal, contaram com o apoio do produtor Michael Lange e do executivo da indústria fonográfica Artie Kornfeld, que também planejavam realizar um festival misturando exposição cultural, shows de rock e estilo de vida da contracultura. Ou investir numa gravadora independente, especializada em rock. Caso optassem pela gravadora, a cidadezinha chamada Woodstock, em Manhattam, já havia sido escolhida para ser o local que abrigaria o estúdio.

Os quatro empreendedores decidiram pelo festival, mas no campo, depois que a prefeitura inviabilizou um concerto de rock na cidade onde seria construída a gravadora. Foi quando o fazendeiro Max Yasgur colocou à disposiçaõ o seu sítio, em Bethel, para a realização do evento. Para que a ideia da gravadora de rock não se perdesse, deram o nome ao festival de “Woodstock”. O evento foi tomando forma, a parceria deu certo: planejado para 50 mil, Woodstock recebeu cerca de 400 mil pessoas que se espremeram para ver as memoráveis apresentações de Joe Cocker, Joan Baez, Ravi Shankar, Sly and the Family Stone, entre outros.

Apesar da grande oferta e procura de drogas, o festival não acarretou nenhum acidente ou violência de grandes proporcões, exceto um grande engarrafamento em Nova York e três mortes: um apêndice supurado, um atropelamento por trator e uma overdose de heroína. Fora a euforia, milhares de jovens, ligados por ideais e vontade de se divertir, deitavam-se ao chão para amar e sonhar com o surgimento de uma sociedade menos competitiva e apolítica. Criou-se o lema de “curtir um som, cada um na sua”. E foi nesse clima pacifista que Jimi Hendrix estilhaçara sua guitarra ao tocar o hino nacional americano “Star-Spangled Banne”, em protesto à Guerra do Vietnã. Assim nascia a nação Woodstock, formada por uma geração que sonhava com um mundo melhor.

Por Maria Oliveira
 
Publicado em Julho/Agosto de 2009

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