segunda-feira, 29 de março de 2010

Europeando!

Próxima parada Londres!

Durante um período de folga no trabalho de minha irmã, fizemos uma viagem de oito dias fora da Alemanha. Nosso destino? Londres e Paris. Saímos de Munique no dia 1º de janeiro de 2009, por volta das 10 e pouca da manhã. Nevando muito, arrastamos as malas pelas ruas da cidade até o trem que nos deixaria direto no aeroporto. Preferimos viajar de avião pela rapidez e preço. No final da tarde estávamos em Londres.

Assim que chegamos e achamos nosso hotel, que ficava numa rua só de hotéis na região entre as estações de Pimlico e Victoria, nos trocamos, pois tínhamos ingressos para um musical. Fomos para o Dominium Theather assistir ao espetáculo “We Will Rock You”, uma peça baseada nas músicas da banda Queen, que no final vira praticamente o show cover, mas lotado e bem divertido. Os fãs enlouquecem, valeu à pena.

Esse foi nosso primeiro dia na cidade e as primeiras impressões foram as que todos comentam. Londres é cinza, escura. Chove ou serena bastante. Tem estrangeiros por todo o lado, como se fosse uma Nova York. E tem o metrô mais espremido que eu já vi. Antes de chegar, eu sabia que o metrô de Londres era chamado carinhosamente como The Tube. Mas, só quando a gente chega lá é que entende porquê. O metrô é como se fosse um tubo mesmo, um jogador de basquete, por exemplo, se tiver que ficar em pé perto das portas com certeza ficaria curvado. No início a sensação que se tem é de um local inseguro, por ser apertado e não muito limpo. Depois a gente começa a se acostumar.

Outro fato interessante sobre o metrô é que os acessos com escada rolante são somente os principais, e elas são enormes e profundas. Depois que você está circulando pelos corredores do metrô, quase nenhum acesso tem escadas rolantes. É tudo escada normal e muita escada. Raramente você vê idosos circulando. Já deficiente físico é praticamente impossível. Dizem que Londres é a capital dos jovens, talvez seja por isso. Os mais velhos não conseguem se locomover, a não ser de ônibus ou carro. Haja fôlego para trafegar com malas pesadas!

Mas num ponto o transporte em Londres é bem positivo. Assim que chegamos ao aeroporto de Stansted, ao norte da capital, fomos a um guichê onde compramos bilhetes para andar por cinco dias na cidade em qualquer meio de transporte. E o preço, se não me falha a memória, foi 18 libras para cada uma. Um valor, em minha opinião, justo, já que poderíamos pegar metrô, trem, ônibus a vontade durante aquele período, dentro daquela região.

No mais, Londres é incrível. Há muita coisa para se ver. Nosso roteiro ficou em London Eye, aquela roda gigante que dá visão para toda a cidade, o Parlamento e o Big Ben, que só estão abertos para visita interna no verão, portanto, só vimos pelo lado de fora e é realmente muito imponente e bonito. Almoçamos e jantamos em um “pub”, termo clássico para os bares de Londres, e adoramos o ambiente. Meio escuro, comida boa, famílias inteiras, ou grupos saindo do trabalho, muito bate-papo com sotaque inglês, televisões e rádios ligados, bom atendimento e ótimo preço!

Para todo o lugar que íamos pegávamos o metrô ou andávamos um pouco. Os pontos turísticos principais não ficam muito longe um dos outros. Ao lado do Parlamento, do Big Ben, do Rio Tâmisa e bem próximo da London Eye, encontramos a famosa e sinistra Abadia de Westminster.


Abadia de Westminster merece um capítulo a parte


Quando chegamos à frente dela, a única coisa que sabíamos sobre o local é que uma parte do filme O Código Da Vinci tinha sido rodado ali. Sabíamos então que lá dentro veríamos o túmulo de Sir Isaac Newton, como aparece no filme. Pagamos 11 libras cada uma para entrar e valeu cada centavo. Este deve ter sido o primeiro e verdadeiro choque cultural e histórico que levamos durante toda a viagem. Até então, como brasileiras, só conhecíamos uma arquitetura recente, de 500 anos para cá. Na Alemanha vimos muita coisa antiga, mas é impressionante o que vimos lá dentro. A Abadia foi fundada em 960. Sim, 960 depois de Cristo. Pelas minhas contas então ela tem 1049 anos.

Antes de percorrer toda a Abadia, recebemos um aparelho que parecia um telefone celular. Ele era o nosso guia. Bastava apertar a tecla para o idioma, no nosso caso foi o português de Portugal, e seguir os comandos do aparelho para conhecer todos os detalhes de Westminster. Assim a gente ia andando e ouvindo ao nosso tempo, sem precisar seguir um grupo ou ter que ir de um lugar para outro rapidamente.


Sua arquitetura é gótica, muito escura, com vitrais coloridos que deixam a luz do sol entrar e iluminar pontos estratégicos. Muitas esculturas adornam o ambiente, além de madeira e peças em ouro. O seu maior valor são seus túmulos, não só o de Isaac Newton, mas os das rainhas Maria I, a Rainha Mãe Elizabeth I (falecida em 2002), de reis como Henrique VII e Ricardo II, de membros de famílias reais (irmãos, maridos e esposas, sobrinhos, netos, enfim...) e de grandes personalidades da história como Charles Darwin, Martin Luther King e o compositor Handel. Vimos também homenagens a Shakespeare e Winston Churchill. A cada sepultura o turista contempla arte, riqueza e história.

É na Abadia que os reis e rainhas são coroados e também velados. É possível ver o trono real, da mesma idade da Abadia, esperando o próximo sucessor da coroa inglesa. A princesa Diana também foi velada lá, em 1997, mas não encontramos sua sepultura.

No local não é permitido tirar fotos. E ainda são feitos cultos religiosos em determinadas horas do dia, com direito a um coral de crianças que, por sorte, estava ensaiando no horário de nossa visita. Na saída ainda contemplamos um último túmulo, o do soldado desconhecido. Uma homenagem a todos os soldados que morreram na guerra. Nossa visita levou cerca de 3 horas.

Charme de contos de fadas


Fomos duas vezes ao Palácio de Buckingham. No primeiro dia tiramos fotos até enjoar e no segundo, assistimos a troca da guarda real. Um espetáculo que reúne centenas de turistas em frente ao palácio e nosso dia não foi diferente, era gente do mundo inteiro e, logicamente, encontramos brasileiros.

Os soldados da rainha, estejam de cinza ou vermelho, são lindos. Da vontade de sair marchando junto. E eles estão modernos. A pequena banda de soldadinhos tocou trechos da trilha de Piratas do Caribe e clássicos como Além do Arco Íris.

Ao redor do palácio podemos passear por dois parques, Green Park e St. James Park, ambos cercados por portões em preto e dourado enfeitando ainda mais a paisagem. Infelizmente, a visita interna ao palácio também só pode ser feita no verão. Então se você tiver como escolher a época do ano para conhecer Londres, já sabe. O único problema é que no verão chove muito mais na cidade, o que pode atrapalhar n hora das fotos. No meu caso, pegamos apenas alguns chuviscos e um pouco de neve. E com tanta informação, não me senti lesada por não ter entrado nem no palácio nem no parlamento.


Além do palácio visitamos também uma construção medieval chamada Torre de Londres, onde ficavam presos os piores bandidos da cidade lá pelo ano de 1200. Pontes elevadiças, criação de corvos, armaduras de cavaleiros e as jóias da coroa são os pontos altos do local. É de brilhar os olhos ver tantos diamantes e pedras preciosas nas coroas das rainhas e princesas.


Ao lado da Torre de Londres podemos ver e visitar a Tower Bridge, a ponte clássica de Londres adornada em tons de azul e dourado. Muito bonita. Vemos também um contraste entre o antigo e o moderno, pois do alto do castelo, ou da ponte, dá para observar o centro de negócios de Londres, com prédios espelhados e de arquitetura ultra moderna.

Fora do guia turístico

Até agora comentei sobre os pontos para visitar em Londres que aparecem nos guias turísticos, mas não resisto em contar sobre o que você não vê no guia e não pode deixar de vivenciar e conhecer.




Os carros em Londres são pequenos, os táxis são pretos e tem o formato de carros antigos. As ruas, com a mão invertida, fazem com que o turista dê boas gargalhas enquanto olha para todos os lados na hora de atravessar, mesmo lendo um aviso no chão que diz “olhe pra direita” ou “olhe para a esquerda”. Acredito que os avisos foram feitos para evitar acidentes. Só os ingleses mesmo. Custamos a nos acostumar com os motoristas do lado direito do carro, e quando nos acostumamos já estava na hora de ir embora, e aí, era aprender tudo de novo.

As cabines de telefone vermelhas saltam os olhos mesmo se o telefone lá dentro não funcionar. A cada parada de metrô ou esquina que vire você vai se deparar com um museu, uma galeria, um parque, um monumento, uma lojinha ou um restaurantezinho, que vai fazer você se sentir um europeu. Existem várias lojas que vendem chás com aromas mais do que diferentes. Louças com cara de “rainha” também são encontradas aos montes.

Uma coisa que você não deve deixar de fazer em Londres é descer na estação de Piccadilly Circus. Lá você vai encontrar a rua Regent Street e também a Oxford Street. Todas as marcas famosas estão nessas ruas. Tome um café com leite do Starbucks mais próximo e faça compras. É maravilhoso! No final do dia, lá mesmo você tem opções de lazer como teatros, cinemas, bares e restaurantes. Diversão não faltará!

Uma boa dica próximo a Piccadilly é o Hard Rock Café London, perto da estação de Hyde Park Corner. Além de um ambiente e comida deliciosos, você encontra roupas, guitarras e acessórios de Jimmy Hendrix, Bon Jovi, Elton John, John Lennon entre outros.


Curioso!

- Vimos mais italianos e indianos em Londres do que londrinos.

- O Mc Donald’s é a opção mais barata de refeição, apesar de os preços dos restaurantes não serem tão exagerados. (Esperem até a reportagem sobre Paris!)

- Em quatro dias em Londres, não conseguimos ver o bairro de Notting Hill, a Abbey Road (capa do álbum dos Beatles), o museu Madame Tussauds, o teatro Albert Hall e a St. Paul’s Cathedral. Vai ficar pra próxima.

Te aguardo em Paris!

Por Carolina Andrade

Publicado em Março de 2009

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