segunda-feira, 29 de março de 2010

Próxima parada: Londrina

Depois que passa Ourinhos, em São Paulo, eis que a paisagem muda para quem vem do Rio, por via terrestre. A exuberância do verde emerge da terra roxa, e o clima fresquinho da manhã desperta o viajante que pressente estar em solo paranaense. Um olhar mais atento, e a descoberta de que algumas plantações de café ainda sobrevivem. O “ouro negro”, que no passado representou o principal produto do estado, foi sendo substituído por outros produtos como a cana-de-açúcar, milho e soja, que hoje impulsionam o agronegócio do Norte do Paraná. Após a última parada, em Cambará, e mais três horas de viagem para chegarmos ao nosso destino: a cidade de Londrina.
O povoamento do Norte do Paraná começou, em 1904, na faixa entre Cambará e o Rio Tibagi - uma linha que representaria o futuro percurso da ferrovia São Paulo-Paraná – e que foi ocupada por grandes proprietários. Entretanto, o trabalhador rural não conseguia seu lote de terra por falta de recursos e morosidade do governo em resolver a questão. A solução veio de Londres.


Em 1924 foi criada a Paraná Plantations e sua subsidiária brasileira, a Companhia de Terras Norte do Paraná, que já de início concedeu todos os títulos de propriedade da terra aos trabalhadores sem posses, permitindo que o pagamento dos lotes fosse adequado às condições de cada comprador. Por isso, os conflitos entre colonos antigos e os recém-chegados praticamente não existiram na zona colonizada pelos ingleses. Assim, como conseqüência dessa colonização, surgiu Londrina, uma cidade jovem, de 64 anos, que cresce a cada dia com uma população formada por 40 etnias diferentes, provenientes de todas as partes do mundo.

Com mais de 500 mil habitantes, Londrina é considerada a 3ª cidade do Sul do País e contribui muito para a economia brasileira, sendo o principal ponto de referência do Norte do Paraná. No momento, a cidade vive a era do desenvolvimento industrial e imobiliário que vem atraindo cada vez mais investimentos para a região. Um dos sinais desse boom aconteceu com a expansão do Shopping Catuaí e a construção de outro, da mesma empresa, nas proximidades do bairro popular conhecido por “Cinco Conjuntos”.

Além desse crescimento urbano, a cidade investe em projetos voltados à população que incluem ações em diversos setores como: social, cultural, esportivo e ambiental.

No campo social, é a primeira cidade brasileira a contar com uma Secretaria Especial da Mulher que oferece atendimento social, jurídico e psicológico as mulheres vítimas de violência, discriminação e preconceito. Na área de saúde, os órgãos públicos e privados investem na medicina preventiva. Orientam as famílias de como evitar doenças e promover a qualidade de vida, através de mudanças simples de atitudes e hábitos saudáveis que podem minimizar efeitos de comportamentos de risco para doenças crônicas.


Incentivar a prática de atividades físicas está entre as medidas prescritas pelos especialistas em saúde e seguidas pela população. Desse modo, todos os jardins públicos de Londrina, como os Três Igapós e o conhecido Zerão, estão sempre lotados de gente que procura um espaço cercado de verde para caminhar ou praticar atividades esportivas, sem onerar o bolso.

Pelo lado cultural, Londrina é conhecida por abrigar festivais durante o ano inteiro. No inverno tem “O Festival de todas as músicas”, como é chamado o evento que mantém duas estruturas: pedagógica e artística que, juntas, promovem novos valores e visões para a criação, vivência, performance e a educação musical. Aos quem tem talento para dramaturgia, a dica é se inscrever no FILO (Festival Internacional de Teatro de Londrina) e participar das oficinas desse projeto, que começou em 1968, com a iniciativa de quatro grupos universitários e que, de lá para cá, tornou-se internacional.

A Sétima Arte também é muito prestigiada graças a iniciativas do Kinoarte (Instituto de Cinema e Vídeo de Londrina), uma associação cultural sem fins lucrativos criada em 2003 com quatro objetivos: produzir, exibir e preservar filmes, além de realizar projetos de formação audiovisual.


 
Depois desse banho de cultura, o visitante necessita se alimentar bem para seguir em frente e conhecer outros pontos turísticos de Londrina como a Catedral e o Mercado Shangrilar. Portanto, eis algumas dicas das irmãs Renata e Patrícia Giarola, que conhecem bem o mapa gastronômico da cidade onde nasceram:

- Se o visitante chegar de ônibus, não pode deixar de matar a sede com o suco vendido na lanchonete da Rodoviária - sugere a arquiteta Patrícia. Mas, se a opção foi vir de avião, o aeroporto abriga o restaurante La Gôndola, que tem um cardápio bem variado e uma mesa de “pastos” (degustação) que vale por uma refeição inteira - lembra a enfermeira Renata. Outras dicas das irmãs Giarola e ... Boa Viagem!

Petiscos:

Bar da Mocidade, no Bairro da Vila Nova

Bar Madalena, na Travessa Belo Horizonte

Refeições rápidas: Pastel Mel, Rob´s e Arnaldo’s – Av. Higianópolis

Alternativo: Valentino - próximo ao Lago Três

Sofisticado: Mercado Guanabara - Shopping Catuaí

Estilo rural: Restaurante alemão: Distrito da Warta.

Dá licença, Vó Tatau e Patrial - atrás do shopping Catuaí

Por Maria Oliveira
 
Publicado em Novembro de 2008

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