Sexo Frágil


Sou inteligente, forte, decidida, delicada, amável, maleável, sensível, sensata, cordial e maliciosa.

Trabalho e ainda cuido da casa, filhos, marido, animais de estimação e plantas.

Faço cabelo, unha, me depilo, equlibro em um salto e nunca perco o rebolado.

Minha visão periférica funciona e ainda consigo prestar atenção em varias coisas ao mesmo tempo.

Sou tão capaz quanto e às vezes até melhor, mesmo estando com cólica.

Sangro todos os meses, enfrento a dor do parto, mas em conpensação gero uma vida.

Muito prazer, sou do sexo frágil. Sou uma mulher.

Essa é a nossa homenagem ao dia internacional da mulher!

Por Equipe Espetaculosas

Publicado em Março de 2011

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Avessa à Folia

Desde pequena não sou muito chegada a carnaval. Lembro que quando criança mal saía na rua, por conta do medo que cultivava de bate bola. Fora o fedor insuportável daquela bexiga de porco.

Meu pavor era tanto que um dia o dono de uma papelaria, próxima à minha casa, me prometeu várias coisas de sua loja caso eu segurasse uma máscara de bate bola. A promessa foi em vão, e olha que eu adorava o material escolar de lá.

Até gostava de me fantasiar. Baiana, havaiana, bailarina (a minha predileta), foram algumas das roupas que usei para ir em bailes fechados, no clube do bairro que me criei.

Mas a festa em si, confesso, para mim era um saco. Nunca gostei de tumulto e muito menos gente desconhecida colocando a mão em minha cintura para fazer trenzinho. Fora a mania de adulto em achar que criança não tem voz ativa e deixar qualquer um, que a elogie, pegá-la no colo.

Já adolescente, até me divertia ver os rapazes sairem no Cacique de Ramos, Ou ainda, os famosos bandos de bate bola. Também no meu bairro havia um grupo desses, que caprichava na roupa e acessórios.

Mas eu só curtia de longe, mas precisamente da minha janela. E gelava quando um ou outro olhava para cima e falava meu nome. Se entregando como um possível conhecido da escola, rua ou prédio.

Ao ficar um pouquinho maior, passei a entender melhor esse lance de escola de samba. Me encantei por uma, e mesmo torcendo também pela da minha mãe, durante um bom tempo acompanhei os desfiles das duas.

Depois percebi que não valia tanto assim a pena ficar acordada pela madrugada, e me contentei com o compacto exibido no dia seguinte ao desfile. Ah, a apuração eu também fazia questão de ver e registrar as notas, para conferir depois. Hoje, tudo isso ficou um pouco para trás.

Até paro para assistir uma ou outra escola e me emociono com o trabalho delas, mais ainda com a minha de coração. Também com a multidão que segue um bloco de rua, relembra antigos bailes de salão e marchinhas de carnaval.

Acho bonitinho criança fantasiada e engraçada, a origialidade nas fantasias de alguns adultos. Mas, realmente não sou chegada ao ziriguidum que toma conta de grande parte do Brasil, nessa época do ano.

Para fechar: conversando com uma amiga de outra cidade, ela me perguntou o que eu faria nesse carnaval. Falei que até havia sido convidada para ir ao Cordão do Bola Preta, mas não era a minha praia.

“Vai assim mesmo”, ela disse. “Se não estiver bom, você volta para casa”.

E eu: “Sinceramente, não gosto de muvuca, gente bêbada e cheiro de mijo na rua. Sou enjoada, fazer o quê”?

Bjs,

Josie!

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