Como passar por uma desilusão

Querido leitor, não adianta! A partir do momento que nascemos, estamos propensos à desilusões. Seja ela com a relação familiar, de amizade, amorosa e até profissional.

Quando isso acontece, o melhor jeito de superá-la é se deixar viver o luto. Não a vida toda, mas o tempo suficiente que lhe fortaleça para mais uma desilusão. É triste dizer mas, assim caminha a humanidade.

E foi pensando em lhe ajudar, que resolvi listar algumas dicas a serem seguidas na hora de superar a fase negra. Todas elas baseadas em fatos reais. Vamos lá?

- Quando seu problema se resume a alguém “urubusando” sua paquera, a melhor saída ainda é soltar uma praga:

“No segundo grau, eu era completamente apaixonada pelo garoto mais popular do colégio. Um dia, uma amiga minha o chamou do nada. Assim que ele olhou, click, bateu uma foto. Na hora de revelar, várias meninas começaram a dizer que queriam uma cópia também. Inclusive, quem tirou a foto. Como assim? Se não for minha, não será de mais ninguém. Nem preciso dizer que a foto não saiu. Assim como o resto do filme”. M.C

- Quando seu problema é a resposta para a entrevista do tão sonhado emprego, arrume uma atividade física para passar o tempo:

“Sonho em trabalhar numa determinada empresa. E embora já tenha feito várias entrevistas, ainda dá um frio na barriga na hora de aguardar por uma resposta. Telefone, quando positiva. E-mail, negativa. Na penúltima vez que fui até lá, pirei completamente na batatinha. O telefone não tocava, em compensação tinha medo de acessar o e-mail e dar de cara com um NÃO. Para passar a ansiedade, comecei a raspar o chão (que é de madeira). Não consegui o emprego, em compensação adquiri calma, um piso novo e uma mão cheia de bolhas”. A.L.

- Quando seu problema é uma companheira de trabalho que está dando em cima do seu gato, tenha uma atitude adulta mostrando quem é que manda no pedaço:

“Quando percebi que uma “amiga ursa” estava de olho no carinha que eu gostava, fiz questão de marcar meu território. Peguei um objeto dela e joguei fora. Tá certo que não a impediu de continuar investindo em quem não devia mas, gostei de vê-la procurando feito louca o que havia perdido”. J.

Por mais loucas que possam parecer, histórias como essas mostram que nem todos estão livres de sofrer desilusões. E se medidas insanas o faz sentir-se melhor, a hora é essa.

Eu mesma já cometi um ou outro desatino. E tirando um espelho quebrado, que provavelmente me garantiu mais sete anos de uruca, consegui sair dessa, e tantas outras, com poucos arranhões.

Por isso chore, grite, esmurre uma porta, se feche num quarto escuro e tenha pensamentos homicidas...

Passe horas olhando na janela, vendo os carros na estrada, imaginado que está pulando dela ou simplesmente voando...

Corra para bem longe, como o Forrest. Ou caminhe sem destino...

Assista filmes melosos, de ação, terror - essa é sempre minha melhor alternativa -. E se seu mal for no coração, crie uma relação romântica por um ator (atriz) de cinema. Eles nunca lhe farão sofrer.

Viva o luto! Pelo menos, até a próxima crise. Mas sem nunca se esquecer de que é uma fase, e por isso vai passar.

Por Tatiana Bruzzi

Publicado em Março de 2011 
Na proxima coluna:

Como se comportar em uma festa onde não conhece quase ninguém, inclusive o anfitrião.

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Mafalda

49 anos de muita filosofia e inconformidade

No último dia 15 de março Mafalda completou 49 anos. Conhecida por sua veia filosófica e humor ardido, a personagem mais famosa dos quadrinhos argentinos nasceu das mãos de Joaquín Lavado – vulgo Quino – em 1962.

Mafalda, cujo nome teve inspiração na novela Dar la cara, de Dvid Viñas, foi inicialmente criada para um cartoon de propaganda dos Eletrodomésticos Mansfield, que seria publicado no diário Clarín. Mas a campanha foi cancelada, após quebra de contrato.

Somente em setembro de 1964 é que a menina de seis anos, que ama os Beatles e o pica-pau, mas odeia a sopa da mãe, surgiu no mundo dos quadrinhos, junto com seus pais, na publicação Primeira Plana.


Em março de 1965 a tirinha se tranfere para o extinto El Mundo, Buenos Aires. Onde permanece até dezembro de 1967, época em que o jornal faliu, destacando sua visão aguda da vida e questionando o mundo à sua volta. Principalmente o contexto dos anos 60, em que vive.



Lá os quadrinhos passam a ser diários, permitindo que o autor trate de assuntos corriqueiros mais detalhadamente. Mafalda ganha a companhia de Manolito e Susanita, enquanto que sua mãe aparece grávida. E sua preocupação com a humanidade e a paz mundial, faze surgir adeptos de sua filosofia por toda a América Latina e Europa.



Em Junho de 68, Mafalda se muda para o Siete Dias Illustrados. Já que os quadrinhos deveriam ser entregues com duas semanas de antecedência, infelizmente não havia mais como Quino comentar as notícias diárias.


Mesmo assim as tirinhas de Mafalda permanceream sendo publicadas até junho de 1973, quando se despediram dos leitores. Depois disso, Quino chegou a desenhá-la algumas vezes somente para promover campanhas direcionadas aos Direitos Humanos.


Uma delas foi em 1976, quando Mafalda ilustrou um pôster da UNICEF destacando a Declaração Universal dos Direitos da Criança.

Até hoje a menina representam um boom nas vendas pela Argentina e o resto do mundo, em reedições de histórias não relacionadas com a época.


Além disso, é lembrada pelos moradores e visitantes da cidade de Buenos Aires, onde existe uma praça com o seu nome. 



A filsofia de mafalda


“Mais do que um planeta, este aqui é uma grande casa da mãe Joana espacial!”

“Não há nada! Em todos os canais só há televisão! (Mafalda, procurando algum programa bom na TV)

“E por favor, senhor, que nunca sejamos o presunto do sanduíche internacional” (Mafalda, à noite, rezando)

“O negocio é encarar a artificialidade com naturalidade”

“O pior é que a piora começa a piorar”

“Todos acreditamos no país! O que já não sei a esta altura é se o país acredita na gente…”

“Estamos fritos rapazes! Acontece que, se a gente não se apressa em mudar o mundo, depois é o mundo que muda a gente…”


“Parem o mundo, que eu quero descer!”

“E Deus terá patenteado a ideia deste manicômio redondo?” (pensa, depois de olhar para o globo terrestre na sala de sua casa)

“Se viver é durar, prefiro uma canção dos Beatles em vez de um long play dos Boston Pops”

“Não é que não haja bondade... o que acontece é que ela está incógnita”

“Errare politicum est”




















Por Tatiana Bruzzi

Publicado em Março de 2011

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