A fase enjoada da gravidez

O mundo inteiro já sabe que o príncipe William e Kate Middleton estão “grávidos” e que o futuro herdeiro da coroa britânica é esperado para o mês de julho. O grande anúncio deveria ser divulgado durante os festejos natalinos, mas a duquesa de Cambridge foi hospitalizada por conta de uma Hiperêmese Gravídica (HG), fortes náuseas e vômitos perniciosos da gravidez.

Após perceber a ausência da menstruação, são as náuseas e vômitos que levam a mulher a desconfiar de que está grávida. É um período difícil e importante porque gera um impacto socioeconômico tanto fora quanto dentro do lar, alterando pequenas rotinas em família, até culminar em perdas de horas no trabalho. Ainda bem que este transtorno geralmente persiste somente no primeiro trimestre, mas 20% dos casos continuam até o fim da gravidez.

A causa da Hiperêmese Gravídica não está totalmente esclarecida. É caracterizada por sintomas que levam à desidratação, distúrbios hidreletrolíticos e metabólicos além de deficiência nutricional, impondo internação hospitalar, como foi o caso de Kate Middleton. Poderá ocorrer também perda maior que 5% do peso corpóreo pré-gravídico.

Segundo Teorias contemporâneas, desenvolvidas pelos professores do Departamento de Obstetrícia da Unifespe, Sue Yazaki Sun e Antônio Rubino de Azevedo, distúrbios metabólicos que podem ou não se associar com HG, possivelmente contribuem para causá-la, tais como: hipertiroidismo, hiperparatiroidismo, alteração do metabolismo lipídico e disfunção hepática.
 
 
 

Os estudiosos ainda admitem a influência de fatores psicológicos na manifestação da HG como a expressão somática de conflito emocional ou doença psiquiátrica exacerbada ou desencadeada pela gravidez. Há estudo relacionado à HG com mulheres psicologicamente imaturas, com forte apego materno ou desajuste sexual.

O tratamento para enjoos depende da gravidade de cada caso. A postura do médico deve ser primeiramente transmitir segurança à gestante, esclarecendo-a sobre o caráter fisiológico e transitório do caso, explicam os especialistas.

Manter hábito alimentar saudável também é fundamental. A dieta deve ser fracionada em cinco refeições diárias, de pequena quantidade, evitando distender excessivamente o estômago. São recomendados alimentos de fácil digestão, baseados em hidratos de carbono (biscoitos de água e sal, batata, arroz, etc.) além de diminuir aqueles protéicos e gordurosos.

A suplementação de ferro deve ser evitada nesse período, pois pode piorar o quadro. Mas há tratamentos alternativos, caso o convencional falhar ou se o paciente não desejar correr os riscos da farmacoterapia. Como exemplo, a raiz forte de gengibre e a Vitamina B6 (piridoxina).

Outra medida simples, para atenuar náuseas e vômitos matinais, consiste em fazer a escovação dentária após algum tempo depois da ingestão do alimento e não imediatamente ao levantar-se.

Quando, apesar de todos esses cuidados, os sintomas persistirem e a grávida tiver perda progressiva de peso, a internação hospitalar deve ser providenciada para que se faça a hidratação intravenosa.

Se diagnosticada a Hiperêmese Gravídica, o médico que estiver acompanhando o caso deve aventar a hipótese de gravidez gemelar e mola hidatiforme - alertam os docentes da Unifespe, Yazaki e Rubino.

Fora esses sinais de alerta, que realmente preocupam e causam sofrimento às grávidas e aos que a cercam de cuidados, os especialistas recomendam bom senso para o enfrentamento do problema. Afinal, nesta fase, a mulher fica mais sensível e, por conta disso, talvez o sangue que corre em suas veias não seja nem azul-real, nem vermelho-comum. Que tal rosa-bebê?.
 
Por Maria Oliveira
 
Publicado em Janeiro de 2012

Read More
 

©2009Espetaculosas | by TNB