Chicago e a Era do Jazz

Quem foi ao festival carioca Back2Black, voltado para a cultura negra, certamente fez uma viagem musical fascinante. O embarque foi na Estação Leopoldina e o percurso incluía ritmos e canções africanas, passando pela música dos americanos, como o blues e o jazz, mas não faltou a música brasileira na parada. Peguei carona nesse trem e fui até Chicago, cidade considerada um dos berços do blues e jazz. 

A cidade de Chicago está situada no estado de Illinois, na margem ocidental do Lago Michigan. Conhecida por Cidade dos Ventos, cuja temperatura cai muito no inverno, sua expansão econômica começou em meados do século XIX, graças à forte imigração de europeus, à construção das primeiras ferrovias e de um canal navegável que comunicava o lago com o rio Mississippi.

A história de Chicago com o jazz começou depois da Primeira Guerra Mundial, quando ocorreu uma significativa revolução nos hábitos e costumes americanos. O teatro e a literatura se apropriaram de uma liberdade de expressão nunca antes experimentada para se comunicar com o público. A mulher americana “ia além de qualquer limitação imposta pela decência”: encurtou os vestidos, fumava, bebia e dançava escandalosamente.

Nesse contexto, firmou-se a indústria americana de show business no cinema, no teatro, nos shows e na música como negócio lucrativo. Por conta disso, houve uma emigração de negros para as grandes cidades como Chicago e Nova York, em busca de melhores oportunidades de emprego. Entre essa massa de trabalhadores estavam os músicos de blues, que saíram do delta do Mississsipi para Chicago.

A década de 1920 é conhecida como a Era do Jazz. Nessa época, Chicago era dominada pelas gangues de Al Capone, que agiam no comércio ilegal de bebidas.

Não por acaso, o famoso gângster era dono da maioria dos cabarés, onde se misturava bebida com a música de jazz, formando o coquetel mais romântico da época. Foi assim que, atraídos pela oportunidade de tocarem profissionalmente, os trompetistas Louis Armstrong e Bix Beiderbecke vieram de New Orleans para se apresentarem em speakeasies de Al Capone.

De lá para cá, a música continuou tendo um lugar muito especial em Chicago. Qualquer estilo tem espaço nesta cidade, mas o jazz e blues são os gêneros que caracterizam o local. Desse modo, não faltam lugares onde se possa ouvir uma boa música típica.




A Casa de Blues, Blue Chicago, o Buddy Guy´s Legends e House of Blues Chicago são recomendados para este fim.



Assim como no Rio de Janeiro a Lapa é considerada o local da boemia, em Chicago, no baixo Naperville, o visitante vai encontrar semelhança da vida noturna carioca com a de lá, especialmente na conhecida Rush Street.



Nesta rua, iluminada por letreiros e muito movimentada, fica o famoso Jilly’s, the Piano Bar, que era o favorito de Frank Sinatra. Além da fama musical do lugar, no entorno, circulam bêbados, pedintes e prostitutas como personagens coadjuvantes da cena urbana.



Os bares ficam cheios à noite. A maioria é revestido de madeira para proteger os clientes do frio, e usam pouca luz ambiente para dar o tom aconchegante ao local. O Hugo’s Frog Bar Fish House é assim. Localizado na North Rush, quase esquina com East Chestnut Avenue, o restaurante tem cardápio que combina os sabores do mar com o do mangue.



No Frog Bar não se ouve jazz executado por Louis Armstrong. Em troca, o cliente pode degustar um delicioso Stuffed Salmon acompanhado de queijo brie. Antes, a dica é experimentar a sopa de rã. Depois, é só sair para dançar por ali mesmo, sem precisar se deslocar muito.



Chicago é tão sedutora que inspirou muitas histórias. Na literatura, a cidade é marcada por questões políticas e étnicas em “O projeto Lázarus”, de Aleksandar Hemon. No cinema, ficou eternizada pelo musical Chicago.



Como centro tradicional do blues e do Jazz, a cidade abriga The Chicago Blues Festival em que se apresentam artistas do top de Big Bill Morganfield, filho do lendário Muddy Morgarfield.



Diferentemente do tom melancólico do blues, em Chicago, o transeunte tem que conviver com o som estridente das sirenes de carros de polícia e bombeiro que circulam pelas ruas. Aparentemente, não há nada ao redor que justifique tanto estardalhaço. Entretanto, parece que o fantasma de Al Capone e de seus comparsas ainda aterrorizam a cidade, pondo a segurança sempre em alerta. Para o visitante, a impressão é de que uma aura de mistério envolve a noite de Chicago e nos remete à Era do Jazz.

Por Maria Oliveira

Publicado em Setembro de 2010

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TOC, TOC, TOC

Você sabia que comportamentos repetitivos podem esconder desvio psicológico? Verificar várias vezes se trancou a porta, antes de sair de casa. Levantar à noite para conferir se o gás está desligado. Lavar às mãos excessivamente. Só conseguir comer em um tipo de prato ou determinado posicionamento na mesa.

Quem viu o filme Melhor é Impossível lembra que a personagem de Jack Nicholson tinha hábitos parecidos como esses, que o tornavam “maluco” aos olhos dos outros. Mas tais rituais nada mais eram do que sintomas decorrente de TOC.

O que parece “manias” aparentemente inofensivas, pode esconder um quadro de transtorno obssessivo compulsivo. E embora seja apontado como modismo, o TOC é mais sério do que você imagina.

Calma! A primeira coisa que se deve saber antes de preocupar-se é diagnosticar se o que você tem não passa de uma simples mania. Manias são comportamentos repetitivos, motivados por superstição ou crença. Ou seja, é algo corriqueiro. Qualquer um pode ter hábitos que não geram efeitos em sua vida.

Como por exemplo pessoas que só levantam da cama com o pé direito. De tanto fazê-lo, vira rotina. E com o passar do tempo, vai no automático. Nem percebe que está fazendo. É involuntário.

Já Obsessões são pensamentos ou idéias. Impulsos, imagens, cenas, que invadem a consciência de forma repetitiva, persistente e estereotipada, seguidos ou não de rituais destinados a neutralizá-los.

Ao longo do transtorno o paciente é tomado por ansiedade ou desconforto acentuados. Ele tenta resistir, ignorar ou suprimi-los, com ações e pensamentos, reconhecendo-os como produtos de sua mente e não originados de fora.

Enquanto isso, compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão. Ou ainda, em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente.

São destinados a prevenir ou reduzir o desconforto gerado pela obsessão, algum evento ou situação temidos. Em geral não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem evitar, ou são claramente excessivos.

Você tem TOC ou SOC?

Existe o SOC – sintomas obssessivos compulsivos. E o TOC – transtornos obssessivos compulsivos. A linha entre o SOC e o tipo leve de TOC é muito tênue, mas em geral o próprio paciente sabe que há algo errado.

Os portadores de TOC são críticos do próprio problema e consideram seu comportamento absurdo, mas não conseguem ter o controle da situação. O que acaba potencializando seu sofrimento.

Já os sintomas obsessivos são corriqueiros em nossas vidas. Pequenos rituais que não o tiram do eixo. Se não puder cumpri-los, isso não vai gerar nenhum tipo de penitência.

Enquanto a pessoa com TOC gasta até 15 horas concluindo seus rituais, o paciente com SOC não perde nem 10 minutos, caso se distraia com alguma outra atividade.

Grande parte da população sofre de SOC. Por exemplo, aquela pessoa que checa várias vezes se a porta do carro está trancada ou o gás desligado. É obsessivo porque ela precisa cumprir o ritual. E compulsivo por causa do número de repetições com que o executa.

De acordo com especialista, o SOC não interfere tanto na rotina do paciente. Embora pareça, não deve ser apontado como algo anormal. A não ser que se torne intenso. É aí que entra o TOC.

TOC é caracterizado pela presença de obsessões ou compulsões tão severas que fazem o paciente dedicar grande parte do seu tempo com elas, causando desconforto ou comprometimento.

Até bem pouco tempo o TOC era uma doença rara, tendo smente os casos mais graves diagnosticados. Hoje sabe-se que existem vários níveis do transtorno, embora sua prevalência seja baixa. Não chega a 2% na população brasileira, mas é uma doença incapacitante já que a pessoa fica refém de suas próprias obsessões.



Os comportamentos obsessivos são causados por pensamentos, ideias, impulsos ou imagens que invadem a consciência, contra a nossa vontade, de forma repetitiva e persistente. A compulsão é realizada como forma a neutralizar ou reduzir os efeitos da obssessão e os tipos mais comuns envolvem atos de limpeza, verificação ou controle, repetições e sequência.

Normalmente é acompanhada de ansiedade e desconforto. Por exemplo, uma musica que não sai da cabeça ou a ilusão que possa haver um bicho debaixo da cama. Nas crianças aparecem como impedimento em pisar nos riscos da calçada, obrigatoriedade de contar as árvores ou os carros , na rua.

Estas idéias obrigatórias, quando exageradas e promovedoras de significativa ansiedade ou sofrimento, constituem quadro patológico. Há casos em que o paciente desenvolve ideias obsessivas com impulso suicida, como saltar de uma janela. Ou de agressão, geralmente nos filhos. A obsessão é acreditar que, diante de um mal estar súbito, a pessoa venha a perder o controle e executar, impulsivamente, aquilo que sugere tais idéias.

A doença não tem momento para aparecer. Não se sabe ainda os motivos do seu desenvolvimento, em compensação ela pode aparecer por vários motivos. Ataque de fúria, após um grave acidente ou até por estresse.



Uma variedade de anormalidades biológicas também têm sido associadas ao transtorno obsessivo compulsivo, na tentativa de estudar as causas desse problema. Como nascimentos traumáticos, epilepsia do lobo temporal e aumento de atividade metabólica no giro orbital esquerdo, constatado pela tomografia por emissão de pósitrons em pacientes Obsessivo-Compulsivo

Antes do toque bater à sua porta

A similaridade entre Obsessões e Fobias foi observada pela primeira vez em 1878 por Westphal, criador do termo “Fobias Obsessivas”. Seriam medos que dominam a consciência, apesar da vontade do paciente de suprimi-los.

A obsessão de doença e contaminação pode ser entendida como uma fobia, medo em torno da possibilidade de sofrer qualquer tipo de doença.

Ainda que o fenômeno obsessivo seja distinto do fenômeno fóbico, é bom ter em mente que ambos podem fazer parte de uma mesma moeda. Ou seja, a fobia originando obsessão e vice-versa.

Se você suspeita ter TOC, o mais importante é tentar observar seu comportamento. Notar se está gastando mais tempo do que deveria com hábitos rotineiros e se eles estão lhe causando algum tipo de sofrimento ou ansiedade, capaz de interferir em suas atividades diárias e de relacionamentos afetivos, profissionais e financeiros.

Por Tatiana Bruzzi

Publicado em Agosto de 2010

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Um ato de violência

Uma palavra ofensiva seguida de risos e coações. Assim começa o Bullying, termo inglês que define ato de violência, intencional e repetitivo, tão perigoso quanto a agressão física.

Geralmente são praticados em grupo, mas podem vir individualmente (bully – valentão), e o objetivo é intimidar, agredir um outro indivíduo. Ou ainda, grupos de indivíduos que supostamente sejam incapazes de se defender.

Há também as chamadas vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinado momento acabam encontrando na agressão uma forma de reação às humilhações sofridas pela turma.

O bullying divide-se em duas categorias. O direto, cuja forma é mais comum entre os agressores bullies do sexo masculino. E o bullying indireto, ou agressão social, forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas.

Casos de agressão social são caracterizados por forçar a vítima ao isolamento social, e este isolamento é obtido através de técnicas como comentários maldosos, recusa em se socializar com a vítima, intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima e ainda criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo sua etnia, religião e limitações).




O bullying ocorre em lugares de maior sociabilidade, como escolas, faculdades, local de trabalho e bairros residenciais. Em qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima. E geralmente a vítima tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças sofridas ou concretizações de violência física e até sexual.

Os atos de bullying configuram como ilícitos porque desrespeitam princípios constitucionais. A responsabilidade pela prática desse tipo de violência pode se enquadrar tanto no Código Civil - que determina todo ato ilícito, causador de dano a outro, à indenização - quanto no Código de Defesa do Consumidor, já que as escolas prestam serviço aos consumidores.

Muitas vítimas têm movido ações judiciais contra seus agressores por "imposição intencional de sofrimento emocional" e incluindo as escolas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade conjunta.

Em maio deste ano a justiça obrigou os pais de um aluno do Colégio Santa Doroteia, em Belo Horizonte, a pagar uma indenização de R$ 8 mil. A vítima, uma garota de 15 anos, sofreu bullying ao ser incluída no G.E. - sigla para integrantes de grupo de excluídos-, devido a sua aparência.

As insinuações se tornaram frequentes com o passar do tempo, e entre elas, ficaram as alcunhas de tábua, prostituta, sem peito e sem bunda. Os pais da menina garantiram que procuraram a escola, mas não conseguiram um retorno.

De acordo com uma psicóloga, que depôs no caso, a vítima se tornou uma pessoa triste, estressada e emocionalmente debilitada. Já o colégio, de classe média alta, não foi responsabilizado.

Já um caso ocorrido no pátio de uma escola dos Estados Unidos envolveu um aluno da oitava série, teve um desfecho diferente. Curtis Taylor estudava em uma escola secundária, em Iowa. O rapaz foi vítima de bullying contínuo por três anos, o que incluía espancamento e vandalismo de pertences. O fato levou a vítima ao suicídio, em março de 93. Alguns especialistas em bullies denominaram a reação do aluno como "bullycídio".

Os que sofrem o bullying podem desenvolver problemas psíquicos muitas vezes irreversíveis. Um outro exemplo disso foi o ocorrido com Jeremy Wade Delle, rapaz que se matou em janeiro de 1991, aos 15 anos, dentro de uma escola na cidade de Dallas - no Texas.

O incidente ocorreu dentro da sala de aula, na frente de 30 alunos e da professora de inglês, e foi apontado como protesto pelos atos de perseguição que o adolescente sofria constantemente. Esta história inspirou a música “Jeremy”, interpretada por Eddie Vedder, vocalista da banda Pearl Jam.

Segundo pesquisas, adolescentes agressores têm personalidades autoritárias somadas a uma forte necessidade de controlar ou dominar terceiros. E mais, comportamentos agressivos costumam ter origem na infância. Ou seja, estudos comprovam que a prática do bullying põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta.

Nos anos 1990 os EUA viveram uma epidemia de tiroteios em escolas, dos quais o mais notório foi o Massacre de Columbine. Muitas das crianças por trás destes tiroteios afirmaram serem vítimas de bullies, e que recorreram à violência somente depois que a administração escolar havia falhado em suas intervenções.

Em muitos destes casos, as vítimas dos atiradores processaram tanto as famílias dos atiradores quanto as escolas. Por conta disso, colégios de diversos países começaram a desencorajar a prática do bullying, através de campanhas e programas que promovem a cooperação entre os estudantes, assim como treinamento de alunos moderadores.




Uma pesquisa realizada este ano, aqui no Brasil, com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns entre alunos da 5ª a 6ª séries.

17% dos entrevistados afirmaram estarem envolvidos com o problema, seja no papel de vítima, seja no de agressor e/ou dos dois lados. A forma mais comum por aqui é a cibernética, que surge a partir do envio de e-mails ofensivos ou difamações em sites de relacionamento, como o orkut.

No ano passado, uma pesquisa realizada pelo IBGE apontou as cidades de Brasília (35,6%) e Belo Horizonte (35,3%) como as capitais brasileiras com maiores índices de bullying. Já entre os casos destacados, em São Paulo uma menina apanhou até desmaiar por colegas que a perseguiam. Enquanto que em Porto Alegre, um jovem foi morto com arma de fogo.

Técnicas de bullying

Os bullies usam uma combinação de intimidações e humilhações para atormentar suas vítimas. Entre as técnicas utilizadas pelos bullies, estão: insulto, ataques físicos repetidos contra a pessoa ou sua propriedade, tomar posse ou destruir pertences, espalhar boatos negativos, depreciar a imagem da vítima, coação, ameaças, comentários depreciativos sobre a família da vítima, local de moradia, aparência física, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tomou ciência, cyberbullying - criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento –, chantagem e grafitagem.

O bullying em seus diversos ambientes

- Em escolas, o bullying geralmente ocorre em áreas com supervisão adulta mínima ou inexistente.

- O bullying em locais de trabalho, algumas vezes chamado de "Bullying Adulto", é descrito pelo Congresso Sindical do Reino Unido como um problema sério, apesar das pessoas acharem que seja um problema ocasional entre indivíduos. É uma intimidação regular e persistente.

- Entre vizinhos geralmente toma a forma de intimidação por comportamento inconveniente, como barulho excessivo que perturbam o sono e os padrões de vida normais. Esta forma de comportamento faz com que a vítima fique tão desconfortável que acaba se mudando.

- O bullying entre países ocorre quando um país impõe sua vontade a outro. Costuma ser feito por uso da força militar e as ameaças consistem em doações não entregues a um país menor ou ainda, a não permissão de um país se associar a uma organização de comércio.

- Em 2000 o Ministério da Defesa (MOD) do Reino Unido definiu o bullying militar como uso de força física ou abuso de autoridade para intimidar ou vitimizar outros. Ou ainda, infligir castigos ilícitos. Em alguns países rituais humilhantes entre os recrutas têm sido tolerados e mesmo exaltados como um "rito de passagem". Enquanto que em outros, jovens ou recrutas mais fracos podem ser encorajados pela política militar. Já as forças armadas russas fazem com que candidatos mais velhos, ou mais experientes, abusem, através de socos e pontapés, de soldados mais fracos e menos experientes.

Alguns famosos que sofreram bullying

Madonna - "Eu não era hippie ou fã dos Rolling Stones, então me tornei esquisita. Se você fosse diferente, os alunos eram bem perversos. As pessoas faziam questão de serem maldosas comigo", disse a diva à revista Vanity Fair em 2008. Mas quanto mais represálias às suas diferenças, mais Madonna reagia. Não depilava pernas e axilas, recusava-se a usar maquiagem ou se encaixar no modelo de garota convencional.

Steven Spielberg - O diretor de cinema mudou-se várias vezes de cidade em função do trabalho do pai. Sempre solitário, desengonçado e excluído, com sua câmera super-8 nas mãos, fazendo filmes caseiros das irmãs, Spielberg sofreu vários ataques antissemitas dos vizinhos e colegas de escola. Chegou a apanhar diariamente no recreio e ouvia as crianças berrando "Spielbergs, os judeus sujos".

Michael Phelps - O nadador que nas Olimpíadas de Pequim conquistou oito medalhas de ouro e bateu sete recordes mundiais, sofria déficit de atenção. Uma professora chegou a dizer que ele seria um fracassado. Sofreu bullying anos seguidos., Além do transtorno, era muito alto, magro, desengonçado e tinha orelhas grandes. Uma vez, seu boné foi jogado para fora do ônibus. Em outra, sua cabeça quase foi mergulhada na privada.

Kate Winslet - A estrela, indicada seis vezes ao Oscar antes de levar a estatueta para casa por seu papel em "O leitor", recebeu das crianças da escola o apelido de gorducha: "Outras meninas me provocavam terrivelmente. Eu simplesmente abaixava minha cabeça e aceitava isso. Era o meu jeito de sobreviver", disse à Parade Magazine. "Sofri bullying por ser gordinha. Onde estão elas agora?"

David Beckham - Um dos maiores jogadores de futebol do mundo sofreu bullying ironicamente por ser apaixonado pelo esporte. Quando adolescente, era um estranho no ninho. Enquanto seus colegas pensavam em diversão, ele focava no futebol. Recusava noitadas e bebidas e os agressores diziam que isso era coisa de "mulherzinha". Beckham está na campanha Beat Bullying. “O bullying é algo que todos nós temos responsabilidade de erradicar".



Fonte - depoimentos: Jornal O Globo

Por Tatiana Bruzzi

Publicado em Agosto de 2010

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