Gordinha sim, e daí?

Não sou apenas uma gordinha, não nasci assim. Na verdade sou uma ex-magra. Não sei em que momento exatamente da minha vida mudei de categoria, mas na minha adolescência era magrela; fui um bebê magrelo, uma menina magrela e uma adolescente... magrela. E frustrada.

Ao contrário da maioria, queria ser mais “cheinha”; queria ter bunda, peito; isso sem contar o bullying, que no meu tempo não tinha tanta importância como nos dias atuais (nem tinha nome) era só zoação da galera. Os apelidos eram os mais diversos: O clássico Olívia Palito, espanador de lua, garça, girafa, macarrão e mil outras coisinhas meigas do tipo.

Odiava ser magra; e ainda era (e sou) alta. Mas um dia comecei a notar mudanças no meu corpo e na minha mente, os rapazes olhavam diferente e as meninas não me zoavam mais. Estava feliz, satisfeita com meu manequim 40.

No entanto, algum tempo depois, não sei exatamente quanto, engordei, casei, virei mãe. Tudo mudou, corpo, mente, objetivos, prioridades... E então, de tanto ouvir a opinião alheia, resolvi emagrecer.

Na verdade eu queria muito querer fazer uma dieta, mas no fundo não quero taaannnto assim. O pior disso tudo: as pessoas não entendem isso! Vivem me falando que estou acima do peso, gorda, feia... O mesmo bullying da adolescência, só que com nome diferente: conselho.

No meu entender, acredito que o ser humano tem uma busca incessante por superação, realização, quer sempre mais. As pessoas ficam chocadas quando você diz que é feliz com o que tem, como o que é. Não é acomodação, é a verdade.

Se eu quisesse de verdade, conseguiria, mas tem outras coisas na vida que quero mais do que ser magra. Agora já temos até modelos Plus Size e moda especializada! Não estou fazendo apologia à gordura e nem a obesidade, mas sim ao bem-estar. Sou saudável e sou gordinha. E isso, para mim, é o que importa.

Por Luciana Leira

Publicado em Março de 2012

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Cinema no CEOE




Por Equipe Espetaculosas 


Publicado em Março de 2012

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A mulher e a tal felicidade

As mulheres ocupam, neste século, um lugar de destaque no cenário internacional. Basta dizer que na Zona do Euro, em plena crise econômica, quem dá as cartas é a chanceler Ângela Merkel, da Alemanha. No Brasil, além da presidente Dilma, muitas saias ocupam as cadeiras do Governo. Elas tomam decisões difíceis em diversos setores da sociedade e as conquistas femininas resultaram em dados de uma pesquisa voltada para as profundas mudanças ocorridas no Brasil, nos últimos anos.

A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), coordenada pelo economista Marcelo Neri, além de sinalizar o que mudou na vida das pessoas, com a ascensão de milhões para a classe média, revela um dado surpreendente em relação aos grupos considerados marginalizados (mulheres, negros, analfabetos e índios).

A partir de 2003, esses segmentos da sociedade conquistaram os maiores aumentos de renda, sendo que as mulheres despontaram não só devido a ofertas de emprego em setores antes dominados por homens, mas também por outras vias que não o trabalho como bolsa família e aposentadoria.

Em seu livro “A Nova Classe Média: o lado brilhante da base da pirâmide”, Marcelo Neri aponta ainda, através do Índice de Felicidade Futura, que o povo brasileiro é o que mais acredita em um futuro brilhante. E nesse levantamento mais uma vez as mulheres superam a marca dos homens, em relação à expectativa do futuro: elas apostam na felicidade e lutam por conquistá-la.

Mas como a tal felicidade tem um preço, a intuição feminina dizia que faltavam alguns ingredientes no bolo da noiva, que antes sonhara com um marido bonito e carinhoso para se realizar como mulher. A solução foi ir à luta e estudar mais. Este foi o ponto de partida para que a pesquisa da FGV associasse o nível de escolaridade ao índice de aumento de renda e, por conseguinte, mais confiança no futuro.




Outro dado importante da pesquisa indica que ser solteira, enquanto se é jovem, traz felicidade, mas na velhice acontece o inverso. Em relação à maternidade, as mães de filhos com menos de 15 anos são mais felizes, enquanto não ter nenhum faz o índice despencar quando a idade avança.

A história de mulheres que são independentes, solteiras, descasadas e sem filhos cresce em função de conquistas individualizadas. No quesito matrimônio, há aquelas que preferem um relacionamento estável sem que este interfira na liberdade de escolher o que seria melhor para si mesma. Nesse caso, a satisfação profissional geralmente está em primeiro plano.

Para a professora Mariza Luiz Rodrigues, que trabalha há mais de 20 anos com crianças do pré-escolar da Rede Municipal do Rio de Janeiro, a opção por não ter tido filhos está ligada ao modo como encara a vida, além de suas convicções sobre o que seja colocar uma criança no mundo.

Sempre gostei de curtir a vida e acho muita responsabilidade ter um filho e educá-lo nos padrões e valores de hoje. Fui casada, me separei e estou casada outra vez, mas não tive filhos. Dediquei a minha vida toda às minhas sobrinhas e a meus alunos, portanto fui mãe de muitos. A criança transmite só coisa boa, é inocente. Aprendi muito com elas. Tenho compromisso de educar meus alunos enquanto eles estão comigo na escola, mas a família tem que colaborar fazendo a sua parte”.

Tal experiência motivou a professora a produzir um livro voltado para a alfabetização, tendo como fio condutor a leitura de canções conhecidas do universo infantil. Por tudo isso, Mariza se diz uma mulher feliz e realizada: “graças a Deus e à família, que é a base de tudo”, sentencia.

Por outro lado, as novas gerações começam a pensar na profissão bem antes de esta se consolidar como definitiva. Foi o que aconteceu com Mariana Angélica da Silva, uma jovem estudante de 18 anos que já conseguiu o seu primeiro emprego em uma loja famosa de departamentos, no Rio. 

De origem humilde, moradora da Zona Oeste da cidade, Mariana sentiu, desde cedo, o que era ser a filha do meio de uma família de quatro irmãos criados sem a presença paterna. Sempre estudou em escola pública e conseguiu terminar com êxito o Segundo Grau. Aprovada no vestibular do curso de graduação em estética de uma faculdade particular, não pode efetuar a matrícula por falta de recursos. A solução foi se inscrever para a seleção de candidatos ao cargo de caixa de uma grande loja.

Para ser aceita, a jovem precisou demonstrar que possuía os requisitos indispensáveis para a função, tais como: agilidade no trabalho, noção de equipe, simpatia, bom humor, atenção e compreensão com os clientes. Além de uma entrevista com o supervisor, ela passou por um teste psicotécnico e uma redação na qual teria que descrever o seu perfil.
Segundo Mariana, as mulheres somaram 80% dos aprovados ao cargo. Ela atribuiu o êxito do gênero feminino, em relação ao masculino, porque as habilitadas demonstraram saber lidar bem com diferentes pessoas e situações. E ao perguntá-la o que espera do novo emprego, a resposta é imediata: “oportunidade de crescimento profissional e independência financeira”.

Nesse contexto, pode-se dizer que o sexo feminino é multiforme no sentido de saber se amoldar a diferentes situações, por isso sabe buscar a felicidade com mais simplicidade. Como culturalmente fomos criadas para desempenhar bem as tarefas do lar, de esposa e de mãe, essas habilidades adquiridas guardam em si um conjunto de princípios e valores. Sendo assim, a mulher cada vez mais é indicada para ocupar cargos e funções de relevância vital para a humanidade. 

Por Maria Oliveira 

Publicado em Março de 2012

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