O que importa é o amor!
Sexualidade é sempre um assunto
complicado. Por mais debates e abertura que se tenha, acaba sempre, de uma
forma ou de outra, gerando alguma polêmica. Quando o assunto em questão é a
sexualidade dos filhos então, a coisa esquenta.
As pessoas tendem a pensar que os
filhos nunca vão crescer e tomar suas decisões sozinhos. Nós, os pais, sempre
achamos que eles serão os eternos bebezinhos. Que doce ilusão! Chega uma hora
em que tudo isso muda.
Chegam os hormônios, a
adolescência, os amigos, a fase da explosão! E aí, como encarar essa etapa da
vida dos nossos já não tão “pequenininhos da mamãe”? Bem, estar atualizado e
preparado para lidar com o básico é fundamental.
As explicações para as perguntas
que fazem as bochechas de qualquer pai ou mãe corar também. Na teoria tudo é
muito simples, mas a prática... Como saber se devemos deixar ou não o namorado
da sua filha dormir em casa com ela? Ou se seu filho, lindo e másculo resolve,
ao invés de uma namorada, apresentar um namorado?
Como sempre o melhor caminho é o
diálogo. Procurar solucionar as dúvidas dos filhos de maneira clara e objetiva
e tentar entender o lado deles. Nessa hora, de nada adiantam brigas,
proibições, o que os vizinhos vão falar, ou “Oh meu Deus! E eu que acreditava não ser preconceituosa”.
Eu gosto de conversar e puxo-papo
com todo mundo. Não consigo ficar calada por muito tempo e adoro conhecer
pessoas. Dia desses, eu conversava com um rapaz e durante o nosso papo ele me
disse que era homossexual. Confessou que sofreu resistência da família quando
revelou sua condição/opção, mas que hoje está tudo bem.
Não sei que caminhos ele tomou,
nem como a questão se resolveu, porque chegou meu ponto e tive que descer do
ônibus, mas gostaria de ter tomado conhecimento. Fiquei pensando: de que
adianta renegar às escolhas de um filho? Não seria melhor aceitá-lo como é e
amá-lo, do que afastá-lo da família?
Por que estamos sempre cobrando
atitudes e querendo interferir em tudo? Afinal, ele não deixará de ser seu
filho por isso? E nesse turbilhão de pensamentos caminhei até a minha casa:
Coitado! Não coitado não, que corajoso! E se fosse comigo? Mas e daí, ele é tão
legal! Ué gente, a sexualidade dele não importa e sim o caráter. Não, ninguém
devia interferir nisso...
Aff! A cabeça começou a
formigar... Assim que cheguei em casa, peguei minha filha no colo, me sentei e
disse: “filha, você pode fazer o que
quiser, ser o que quiser, que eu não vou te amar menos por isso, to bom?”
“To bom mamãe, eu também te amo!”
Por Luciana Leira
Publicado em Agosto de 2012