Um lugar chamado Liberdade

Andar pelas ruas de São Paulo, sem esbarrar com um japonês, é algo quase impossível. Então, que tal transitar em Liberdade, bairro considerado reduto da comunidade nipônica na cidade? Lá, quem tem olho grande é turista. Principalmente aos domingos, quando acontece a tradicional feira da cultura oriental.

O bairro da Liberdade é um distrito da região central da cidade de São Paulo. A história do lugar começou em 1912, quando os imigrantes japoneses procuraram a Rua Sarzedas para morar porque lá quase todas as casas tinham porão e o aluguel dos quartos no subsolo era mais barato. Para eles, aquele cantinho da cidade passou a significar a esperança por dias melhores. Depois veio a Grande Guerra, e os moradores foram expulsos pelo Governo Vargas. Retornaram à região somente após a rendição do Japão.

No pós-guerra, a comunidade se organizou, fundaram o primeiro jornal entre os nikkeis. Além disso, foi inaugurado um cinema que exibia semanalmente filmes japoneses, e até uma orquestra sinfônica festejou o fim da perseguição. Hoje, o bairro conta com um comércio variado onde passou a concentrar restaurantes japoneses, chineses, lojas de presentes e eletrodomésticos, cosméticos importados, mercearias com produtos típicos do oriente, entre outras coisas. Para conferir, o visitante pode seguir pela Rua Galvão Bueno e desembocar na Praça da Liberdade.






A influência cultural pode ser sentida nas ruas de luminárias tipicamente orientais (suzurantõ). Aos domingos, quando acontecem as feiras temáticas, as cerca de 240 barracas, orientais e ocidentais, impressionam pela variedade de ofertas. São bijuterias, peças de vestuário - incluindo quimonos de todas as cores e estamparias -, miudezas de porcelana, artigos místicos, instrumentos musicais, plantas, peixes de aquário, itens orientais... Tudo isso visto ao sabor do cheirinho de muita comida típica, degustada em pé, em plena rua, em meio a multidão.
Em dias de feira, passear pelas ruas de Liberdade é um exercício de educação. O espaço entre as barracas é mínimo e de mão dupla. Mas tudo transcorre em perfeita ordem, como manda a cultura oriental. E o turista respeita, se encanta e segue o seu caminho até se deparar com um palco armado na praça principal. Um grupo de atletas da arte marcial se apresenta. No alto do palco está escrito em letras garrafais: ‘Tanabata Matsuri’. O visitante lê, mas não entende. Recorre ao Google, que tudo explica:
Segundo o site cultura japonesa, a partir das décadas de 80 e 90, do século passado, as principais atividades culturais da Liberdade são realizadas com a promoção da Associação de Confraternização dos Lojistas (ACAL). A partir de então, foi montada uma programação anual de eventos que passaram a fazer parte do calendário oficial do município.



Começa em abril com o Festival das Flores - Hanamatsuri. Em junho tem o Campeonato de Sumô da Liberdade. Julho é a vez do Festival das Estrelas - Tanabata Matsuri, a legenda do palco que tanto intrigou aqui a turista carioca. Trata-se de uma tradição em que as principais ruas são decoradas com bambu e grandes enfeites de papel simbolizando as estrelas. Entre os bambus, os visitantes colocam um pedaço de papel com os pedidos.
Passou julho, agora é esperar Dezembro, quando se realiza o Festival Oriental - Toyo Matsuri. O bairro recebe o Nobori, coloridas bandeiras verticais. A programação é encerrada com o Moti Tsuki, o Festival do Final de Ano. Neste o arroz é socado em pilão para o preparo do moit: bolinhos de arroz que são distribuídos aos presentes para dar sorte.
Além do calendário oficial de eventos, as feiras do bairro acontecem o ano inteiro, sempre nos finais de semana. Vale à pena conferir. Liberdade é uma aula, a céu aberto, da cultura oriental.
Por Maria Oliveira
Publicado em Agosto de 2011

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Clube resgata a magia das cartas

Entre um tweet e uma curtição no Facebook, o mundo foi deixando de lado a prática de escrever cartas. Cartas?! Não se assuste. Isso é aquilo que pessoas com mais de 25 anos sabiam bem como fazer. Caneta, papel e alguma história para contar. Bastavam essas três coisas para uma carta surgir, ser enviada aos Correios e, em alguns dias, chegar ao destinatário.

O que estava praticamente extinto, agora retoma a vida e toma proporções que, provavelmente, nem sua idealizadora imaginou. De uma simples vontade em manter vivo um sentimento tão legal (o entusiasmo ao receber uma carta) surge a ideia de criar o “Clube das Cartas”.

Devagar, mas nem tanto assim, o Clube foi ganhando adeptos e hoje conta com mais de 200 pessoas cadastradas. Fabi, sua moderadora, é quem tem a missão de atualizar com frequência a lista de cadastrados e postar novidades sobre esse universo no blog que mantém.



Com a lista de participantes em mãos (ou na telinha do computador), basta escolher uma pessoa e começar a contar para ela, no papel e a mão, o que você quiser. No início, a escolha do destinatário será aleatória mesmo. Afinal, são centenas de pessoas do Brasil inteiro. Mas depois que você começa a escrever e receber retorno das suas cartas cria-se um laço de amizade e daí para altos desabafos é um pulo.



Nos envelopes vão mimos como bloquinhos, postais, fotos e canetas. Já nas linhas e entrelinhas da carta vão histórias de pessoas tão iguais e ao mesmo tempo tão distintas de você, que até impressiona.

Mas por que manter contato com um desconhecido através de um método tão arcaico? Porque conhecer gente nova é sempre uma boa pedida. Além disso, qual é o problema de se corresponder com um desconhecido?

Muita gente já faz isso ao adicionar, nas redes sociais, quem nunca viu na vida. E, a partir daí, vai ter acesso a muito mais detalhes de sua rotina, se em comparação a quem lê sua vida escrita à mão em uma folha de caderno. 

Quer experimentar a sensação de escrever e receber cartas lacradas em um envelope e postadas nos Correios? Envie um e-mail para fabiabud@uol.com.br , com seu nome e endereço completo, e entre para o Clube. História é o que não vai faltar.

Clube das Cartas



Por Sincer Ramalho

Publicado em Julho de 2011

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A marca da pele

NIVEA completa 100 anos cuidando da pele. É uma senhora marca de creme cosmético que, às custas de muita pesquisa e publicidade, se tornou o primeiro hidratante do mundo. Pois foi com a ajuda do emulsificante Eucerit, que água e óleo se uniram para produzir a base do produto mundialmente conhecido. Depois, um nome facilmente assimilável pelo consumidor e inspirado nas palavras latinas nix (neve) e nivis (de neve). O resultado se consolidou na famosa latinha azul.

A história de NIVEA começou na cidade de Hamburgo, Alemanha, graças a três pesquisadores e visionários empreendedores: o farmacêutico, Oscar Troplowitz, que reconheceu o potencial de Eucerit, um emulsificante desenvolvido pelo químico Dr. Isaac Lifschütz e aprovado pelo dermatologista Prof. Paul Gerson Unna. Em dezembro de 1911 foi lançado o NIVEA Creme, cuja latinha era inicialmente amarela e trazia no rótulo o endereço da fábrica.

Segundo a empresa responsável pela marca, desde o início, o objetivo do Dr. Troplowitz foi desenvolver produtos de alta qualidade que fossem acessíveis a todos. Desse modo, antes de lançar o produto no mercado, os pesquisadores estudaram as individualidades e necessidades de cuidado com a pele das pessoas do mundo inteiro. Como resposta, encontraram uma fórmula que atendesse a cada cultura, gênero e idade.



Mas nenhum produto se mantém no mercado sem uma boa propaganda. Sendo assim, a empresa colocou anúncio em um jornal de Berlim para buscar três garotas NIVEA. A proposta era selecionar belezas naturais, rostos comuns e com os quais o público se identificasse de imediato. As selecionados foram três irmãs: Margot, Elfriede e Hertha. Já no ano de 1924, as meninas foram substituídas pelos irmãos Rolf-Robert, Peter e Wilhelm Wiethüchter, três garotos felizes e confiantes, representantes do ideal de beleza da época.

NIVEA cresceu ao longo dos anos atendendo à demanda do público. Depois de consolidado o creme, em 1919 foi lançado o sabonete e, um ano depois, uma seleção de produtos para cabelos chamados NIVEA Hair Milk. Mas a pesquisa de mercado revelou que as pessoas queriam produtos especificamente indicados para a sua pele. Então, em 1922, os homens ganharam o sabão para barbear e, um pouco depois, o público asiático foi agraciado com a Pasta Branqueadora NIVEA. Uma maneira de preservar a aparência branca e pálida, própria da cultura desse povo.

Mas a marca se preocupou com a idade das pessoas também, e os bebês receberam cuidados especiais depois da Segunda Grande Guerra. Nesse período, houve uma explosão populacional (baby boom) e o cuidado da pele do bebê foi redobrado. Por conta disso, em 1960, surgiu o NIVEA baby. A partir da década de 1970, a linha para bebês incluía talcos, banho, creme, sabonete e cotonetes.


Não só bebês precisam de cuidados especiais. A pele madura requer atenção também. Portanto, em 1994, surgia a NIVEA VITAL e, quatro anos depois, foi desenvolvida a linha cosmética anti-rugas Q10. O ingrediente foi usado para criar o NIVEA Visage creme antirrugas Q10 diurno. Hoje, o consumidor conta com uma ampla diversidade de produtos hidratantes, cremes para o corpo, sabonetes, desodorantes e protetor solar.



De acordo com a empresa, atualmente NIVEA trabalha com 50 institutos, em lugares como Índia, China e África do Sul. Além disso, conta com um laboratório em Hamburgo, especialmente para atender a Ásia e América Latina, onde as necessidades de tipos de pele e climas são mais específicas.

Por Maria Oliveira
 
Publicado em Julho de 2011

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