O lado amargo do chocolate

Passada a Páscoa, vem aquela preocupação de ter exagerado no chocolate. E não tem como evitar. A variedade de ofertas do produto, vendido nessa época santa e festiva, é para encher mesmo os olhos e seduzir os mais resistentes. Mas para aliviar a culpa, foram conhecidas algumas propriedades atribuídas ao alimento, especialmente na versão amarga, que beneficiam a saúde. 

Para se produzir o chocolate, tal como é consumido hoje, foi preciso sucessivas experimentações para adequá-lo ao gosto do consumidor. A  princípio, as civilizações pré-colombianas da América Central apreciavam-no na forma  de uma bebida quente e amarga. A partir dos descobrimentos, o alimento, feito com base na amêndoa fermentada e torrada do cacau, caiu no gosto da nobreza, se popularizou, e foi levado para a Europa.

Os europeus passaram a adoçar e a misturar especiarias para melhorar o sabor. Com o advento dos processos industriais e técnicas culinárias, inventaram o chocolate com leite e, depois, na forma sólida. Atualmente, é ingrediente de outros alimentos nutritivos e apreciados por todas as idades como:  biscoitos, bolos, tortas, sorvetes e até em produtos de beleza entra a sua composição.




Além de despertar a gula, o chocolate pode viciar porque possui cafeína, teobromina e feniletilamina, substâncias que aumentam a sensação de bem-estar e molhoram o estado depressivo.O chocolate também é rico em carboidratos, que ajudam na produção da serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. Para as mulheres, o cacau ajuda a aliviar o estresse durante a TPM.

Entretanto, para as pessoas que estão acima do peso, os endocrinologistas advertem para o consumo excessivo de chocolates diet, específico para diabéticos. Como estes não contêm açúcar, eles possuem mais gordura do que os outros, o que resulta em mais calorias. 

Por outro lado, o cacau pode inibir um mecanismo que faz o organismo estocar ou produzir mais gordura. São os ácidos fenóticos, responsáveis por essa ação emagrecedora. Segundo pesquisas, realizadas em uma universidade de Taiwan, esses ácidos interferem na produção da leptina, o hormônio da saciedade. Toda essa propriedade está no chocolate amargo.

Estudos apontam mais benefícios vindos do lado amargo: por ter maior concentração de cacau, favorece a produção de óxido nítrico no corpo, levando ao relaxamento dos vasos sanguíneos e à queda da pressão arterial. Para obter esses efeitos benéficos, recomenda-se comer, com moderação, um quadradinho regularmente.

Por Maria Oliveira

Publicado em Abril de 2012 

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