segunda-feira, 21 de março de 2011
Mafalda
49 anos de muita filosofia e inconformidade
No último dia 15 de março Mafalda completou 49 anos. Conhecida por sua veia filosófica e humor ardido, a personagem mais famosa dos quadrinhos argentinos nasceu das mãos de Joaquín Lavado – vulgo Quino – em 1962.
Mafalda, cujo nome teve inspiração na novela Dar la cara, de Dvid Viñas, foi inicialmente criada para um cartoon de propaganda dos Eletrodomésticos Mansfield, que seria publicado no diário Clarín. Mas a campanha foi cancelada, após quebra de contrato.
Somente em setembro de 1964 é que a menina de seis anos, que ama os Beatles e o pica-pau, mas odeia a sopa da mãe, surgiu no mundo dos quadrinhos, junto com seus pais, na publicação Primeira Plana.
Em março de 1965 a tirinha se tranfere para o extinto El Mundo, Buenos Aires. Onde permanece até dezembro de 1967, época em que o jornal faliu, destacando sua visão aguda da vida e questionando o mundo à sua volta. Principalmente o contexto dos anos 60, em que vive.
Lá os quadrinhos passam a ser diários, permitindo que o autor trate de assuntos corriqueiros mais detalhadamente. Mafalda ganha a companhia de Manolito e Susanita, enquanto que sua mãe aparece grávida. E sua preocupação com a humanidade e a paz mundial, faze surgir adeptos de sua filosofia por toda a América Latina e Europa.
Em Junho de 68, Mafalda se muda para o Siete Dias Illustrados. Já que os quadrinhos deveriam ser entregues com duas semanas de antecedência, infelizmente não havia mais como Quino comentar as notícias diárias.
Mesmo assim as tirinhas de Mafalda permanceream sendo publicadas até junho de 1973, quando se despediram dos leitores. Depois disso, Quino chegou a desenhá-la algumas vezes somente para promover campanhas direcionadas aos Direitos Humanos.
Uma delas foi em 1976, quando Mafalda ilustrou um pôster da UNICEF destacando a Declaração Universal dos Direitos da Criança.
Até hoje a menina representam um boom nas vendas pela Argentina e o resto do mundo, em reedições de histórias não relacionadas com a época.
Além disso, é lembrada pelos moradores e visitantes da cidade de Buenos Aires, onde existe uma praça com o seu nome.
A filsofia de mafalda
“Mais do que um planeta, este aqui é uma grande casa da mãe Joana espacial!”
“Não há nada! Em todos os canais só há televisão! (Mafalda, procurando algum programa bom na TV)
“E por favor, senhor, que nunca sejamos o presunto do sanduíche internacional” (Mafalda, à noite, rezando)
“O negocio é encarar a artificialidade com naturalidade”
“O pior é que a piora começa a piorar”
“Todos acreditamos no país! O que já não sei a esta altura é se o país acredita na gente…”
“Estamos fritos rapazes! Acontece que, se a gente não se apressa em mudar o mundo, depois é o mundo que muda a gente…”
“Parem o mundo, que eu quero descer!”
“E Deus terá patenteado a ideia deste manicômio redondo?” (pensa, depois de olhar para o globo terrestre na sala de sua casa)
“Se viver é durar, prefiro uma canção dos Beatles em vez de um long play dos Boston Pops”
“Não é que não haja bondade... o que acontece é que ela está incógnita”
“Errare politicum est”
Por Tatiana Bruzzi
Publicado em Março de 2011
0 comentários:
Postar um comentário