terça-feira, 20 de março de 2012

Mãe de primeira viagem

Foi depois de ser mãe que passei a compreender algumas coisas. Criticava muitas mães por algumas atitudes, gestos, mas quando você passa para o outro lado... Um exemplo simples: quando andava pela rua e via uma mãe empurrando o carrinho do bebê pela estrada, pensava – “meu Deus, que irresponsabilidade!” Depois de ter meu bebê, entendi que as calçadas da cidade não permitem muitas manobras: carros estacionados, buracos... Descobri porque quase não via minha mãe, porque ela trabalhava muito. Ter filho custa caro, e como!

Compreendi porque não podia ter uma sandália de salto aos seis anos: “Mas mãe, todo mundo tem...” “Mas você não é todo mundo!”. Entendi o porquê de muitos NÃOS, de restrição nos horários, nas companhias, nas atitudes...  E entendi como foi difícil para ela me dizer todos eles. Depois que você vira mãe, passa a entender melhor a sua.

Quando a gente é adolescente, tudo é muito: Muitas amigas, muito legal, muito apaixonada...! Aí, um belo dia você se torna mãe e percebe que nunca havia conhecido o maior amor do mundo. Agora sim, você pode dizer: “Como eu vivi tanto tempo sem você? Que amor é esse, que não se compara a nada no mundo, que não há palavras para descrevê-lo?

Quando um filho sofre, a gente sente, dói! Dor física mesmo. E isso vale também para os filhos adotivos, que não nascem da barriga, mas nascem do coração. Mãe é mãe, seja ela como for. E a força? De onde vem tamanha força, capaz de encarar situações que antes, por muito menos, a gente esmoreceria?
A verdade é que a maternidade é louca. São sentimentos misturados: medo, felicidade, insegurança, prazer, realização... Difícil de definir em palavras. É como se seu coração batesse fora do corpo. Uma experiência ímpar!

E hoje, quando olho para a minha filha, sinto um orgulho danado e penso: "fui eu que fiz!"

Por Luciana Leira

Publicado em Março de 2012

0 comentários:

 

©2009Espetaculosas | by TNB