domingo, 24 de junho de 2012
Rio+20: balanço final
Foram dez dias de encontros,
sediados na cidade do Rio de Janeiro, onde líderes e representantes de 191
países se reuniram para a elaboração de um documento voltado para questões
ambientais do Planeta.
Mais conhecida como Rio+20, a Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável terminou com protestos por parte de
ONGs, instituições de pesquisa, empresários, além de cientistas e economistas
que participaram do evento entre os dias 13 a 23 de Junho.
Enquanto na Rio 92 foi possível
fechar a Agenda 21 e as convenções de combate à desertificação; de diversidade
biológica; e de mudanças climáticas, vinte anos depois a cúpula da Rio+20 não
conseguiu um acordo concreto porque alguns países usaram a crise econômica global como desculpa para um documento final tão enfraquecido.
Se por um lado a sociedade civil
cobrou mais clareza quanto aos objetivos de itens relacionados à
sustentabilidade, em contrapartida os chefes de Estado discutiram quem iria
financiá-los. Ficou assim combinado: tais importantes conclusões foram
agendadas para 2013, mas só serão colocadas em prática a partir de 2015.
Segundo o chefe negociador do Brasil, André
Correa do Lago, o documento de 53 páginas é a definição da economia dos
próximos 20 ou 30 anos. Estão no topo do acordo a erradicação da pobreza e a chamada
economia verde, isto é, a mudança nos padrões de consumo e produção que sejam
condizentes com os nove bilhões de habitantes previstos para o ano de 2050.
Enquanto no Riocentro a cúpula da Rio+20 não
conseguia concluir as metas do encontro, o povo carioca e visitantes saíam às
ruas em passeatas, se uniram aos índios, colaboraram com a instalação
“Paisagem”, de ViK Muniz, e viram no Forte de Copacabana “Humanidade 2012” , exposição idealizada a
partir do conceito de que ser sustentável é ser simples. Neste mesmo local, o
grupo C40, formado pelos prefeitos das principais metrópoles do mundo, definiu
que vai reduzir em 1,3 bilhões de toneladas a emissão de CO2 até 2030.
Outro ponto positivo da organização do evento foi
fazer a população entender que deveria colaborar com a segurança da cidade e
com o trânsito. Para tal, contaram com o poderio bélico e tecnológico das
Forças Armadas, que vigiaram ruas, locais e pessoas. Além disso, os aeroportos
redobraram a vigilância de voos domésticos, e cuidaram para que lixeiras fossem
banidas das áreas de circulação de passageiros, a fim de que não servissem de
armadilhas para artefatos explosivos.
Em balanço final, a ONU afirmou que mais de US
513 bilhões foram mobilizados em compromissos para o desenvolvimento sustentável. Agora, se esse dinheiro realmente será
aplicado corretamente para que os seres humanos possam viver em perfeita
harmonia com o meio ambiente, isso só saberemos daqui a 20 anos ou muito
mais...
Por Maria Oliveira
Publicado em Junho de 2012
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