quinta-feira, 28 de junho de 2012

O papel do pai


Hoje estive com duas amigas que não via há algum tempo e ambas me contaram que estão grávidas. Felizes e sorridentes! As parabenizei, perguntei as coisas básicas que se perguntam nessas horas, tempo, sexo do bebê, é para quando... E vim embora, contente com as notícias.

No meio do caminho pra casa, analisando os fatos, lembrei de uma coisa. E o pai? Ou melhor, os pais. Já repararam que quase nunca os pais são lembrados nesse momento? O papo fica tão “mulherzinha” que até nos esquecemos da importância que eles tiveram e terão no acontecimento.

Durante a gravidez e logo após o nascimento dos rebentos os pais ficam meio deslocados. A mulher e o bebê passam a ser o centro das atenções e eles, os pais, tadinhos... Ficam ali, apenas como meros expectadores, alheios a todo enjoo e percalços da gestação e amamentação.

Claro que existem pais muito participativos e preocupados com toda essa mudança, mas pouco se comenta dos sentimentos e expectativas deles, quando muito, apenas se fala na preferência deles pelo sexo do bebê. Mas e as dúvidas? E agora? Serei um bom pai? Saberei educar? Será que vou me sair bem? Acredito serem perguntas que permeiem a cabeça de muitos homens diante de tamanha responsabilidade.

No século passado, o papel do pai era o de provedor da família. Os cuidados com o bem estar, alimentação e educação das crianças eram exclusivos da mãe. Eles se relacionavam com seus filhos de forma bem diferente do que vemos hoje em dia. O papel do pai autoritário, que ditava regras vem sendo abandonado a cada dia. Tudo isso deve criar certo desconforto para aqueles que sonharam com a paternidade. Saber que com a independência feminina, eles tomaram uma posição menos incisiva neste processo. Mas não! Pai não é um acessório; pai não é descartável.

Lembro que quando minha filha nasceu e eu a peguei no colo pela primeira vez, pensei alto: E agora? Ela é minha; minha filha, minha responsabilidade. E ele, o pai, ao meu lado, respondeu quase que sussurrando: Nossa, nossa responsabilidade...

Então, defendo os pais ao direito de serem mais notados e cuidados diante deste momento, digamos, feminino. Salve os pais! Provedores e extremamente importantes na concepção, gestação e criação dos filhos. Mesmo que homem e mulher estejam separados, pai e mãe nunca estarão, ou pelo menos, não deveriam estar na hora de cuidar e educar suas crias.

Por Luciana Leira

Publicado em Junho de 2012

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