terça-feira, 17 de julho de 2012

Tatuagem



Conhecendo a arte de perto



Sempre gostei de tatuagem. Quando era pequena, fazia aquelas que vinham dentro do chiclete, que a gente cola com água. Às vezes, desenhava com canetinha, para delírio da minha mãe. 

Na adolescência, isso passou batido por mim. Tantas mudanças, transformações, que eu nem me lembrei delas. Mas um dia decidi, assim de bate – pronto, que iria fazer uma tatuagem. E fiz!

Ficou uma porcaria! O cara era um péssimo profissional... Ao longo do tempo, fiz outras, bem pensadas e bem feitas. Mas somente agora, dez anos depois, consertei o erro e refiz minha primeira tatuagem.

De onde vem essa vontade de pintar o corpo?

Há mais de 3500 anos atrás, a tatuagem já existia como forma de expressão da personalidade ou de indivíduos de uma mesma comunidade tribal (união de pessoas com as mesmas características sociais e religiosas).

Os primitivos se tatuavam para marcar os fatos da vida biológica: nascimento, puberdade, reprodução e morte. Depois, para relatar os fatos da vida social: virar guerreiro, sacerdote ou rei; casar-se, celebrar a vida, identificar os prisioneiros, pedir proteção ao imponderável, garantir a vida do espírito durante e depois do corpo.

A arte pré-histórica contém vestígios da existência de povos que cobriam o corpo com desenhos. Em muitos casos, foram encontrados desenhos de formas humanas com pinturas em seus corpos, assim como estatuetas com esses mesmos desenhos corporais indicando a possibilidade da existência da tatuagem nesses povos.

Existe uma hipótese de que as tatuagens tiveram sua origem com marcas de cicatrizes adquiridas em guerras, lutas corporais e caças. Essas cicatrizes eram motivo de orgulho e reconhecimento ao homem que as possuísse, pois representavam força e vitória.

A partir da idéia de que essas marcas eram sinônimo de vitalidade, o homem passou a marcar-se voluntariamente e, com o tempo, as cicatrizes sem sentido deram lugar a criação de desenhos com o uso de tintas vegetais e espinhos para introduzi-las à pele.




Na era Cristã, na clandestinidade, sob o jugo do poder pagão, os primeiros cristãos se reconheciam por uma série de sinais tatuados, com cruzes, as letras IHS, o peixe, as letras gregas.

Já na era moderna, a tatuagem passou por vários anos de marginalidade. Ela retorna a ser questão de relevância em nossa sociedade quando surge em artistas de música, cinema e em pessoas comuns.

Deixando de ser um símbolo de marginalidade e sim uma forma de expressão individual de arte e estética do corpo, a tatuagem não é mais tosca como as de cadeias, e sim um desenho de traços mais finos e cores variadas, uma bela obra de arte.

Cuidados a serem tomados

As tatuagens são feitas com pigmentos importados de origem mineral, principalmente, e com agulhas específicas para tatuar, sempre descartáveis e nunca reutilizadas (mesmo que seja na própria pessoa).   

As máquinas elétricas, preferencialmente, devem ter a ponteira de aço inox cirúrgico e/ou descartáveis, devem ser limpas por ultra som e esterilizadas com estufa a uma temperatura igual ou superior à 170 º C por um período de pelo menos 3 horas.

Quanto ao tatuador, este deve usar luvas e máscara para procedimentos, evitando, assim, uma possível infecção ou até a contaminação por doenças como hepatite, AIDS, tuberculose, esporos patogênicos, bactérias e fungos.

Por Luciana Leira 

Publicado em Julho de 2012

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