terça-feira, 17 de julho de 2012

Entrevista - Shaman Urbano


Shaman Urbano tem 30 anos e é tatuador há três. Para ele, tatuagem é arte e trabalhar fazendo o que se ama é quase uma terapia. Através de uma conversa, a repórter Luciana Leira esclareceu curiosidades e pegou dicas úteis para quem, assim como ela, pensa em se tatuar. Confira!

Espetaculosas: Você acha que o preconceito em relação a tatuagem tem diminuído?




Shaman Urbano: Não, muito pouco. O preconceito tá mascarado pela moda. É o que passa na TV, as pessoas tem procurado por esse motivo, mas ainda há dificuldade de aceitação das pessoas tatuadas em alguns grupos e para arrumar emprego.

ES: Quem procura a tatuagem hoje?

SB: Todo mundo, não há mais um público diferenciado. A tatuagem hoje está muito difundida, TV, novelas, filmes, Reality shows. Também tá bem balanceado entre homens e mulheres.

ES: O que você acha imprescindível para ser um bom tatuador?

SU: Para mim, é uma regra. Um bom tatuador precisa antes de tudo saber desenhar; utilizar materiais e equipamentos de boa qualidade e nunca colocar o dinheiro acima de uma boa tatuagem. Quando o cara trabalha bem, o dinheiro é uma conseqüência. Tatuagem é arte e a arte tem que vir na frente.

ES: Qual o cuidado que a pessoa precisa ter quando vai fazer uma tatuagem. Principalmente, quem nunca fez e não conhece muito o assunto?

SU: É dever procurar um estúdio conhecido, que já tenha nome, pesquisar sobre o tatuador. Todo cliente tem o direito de ver e perguntar sobre os equipamentos, agulhas, esterilização, tintas, qual o processo usado... Nunca pechinchar! A boa tatuagem não se mede pelo preço e sim pela qualidade. E pensar bem, procurar um desenho que goste bastante, evitar os modismos, para não ter arrependimentos depois.

ES: Quando a tatuagem é mal feita dá para consertar?

SU: Dá, mas as vezes não dá para fazer o que o cliente queria.  Na cobertura, a gente tem que encaixar um desenho em cima do outro e nem sempre fica do jeito desejado. Às vezes, a gente tem que montar o desenho de acordo com o que o cliente já havia tatuado antes.

 Olha eu aí, com toda coragem, fazendo minha mais nova tatuagem. E ficou linda!

 ES: Quais os desenhos mais procurados?

SU: As mulheres procuram muito flores, borboletas e símbolos. Já os homens, os campeões são os dragões, carpas e desenhos Maori, estilo polinésio.

ES: Já passou por alguma saia justa tatuando?

SU: Cantadas, tem muito assédio. A gente também é meio psicólogo, tem clientes que contam seus problemas e até choram com a gente. [Risos]

EP: Se você não fosse tatuador, o que seria?

SU: Nem sei...(pensativo). Na verdade eu já fui muita coisa: cobrador de van, camelô, designer gráfico, trabalhei com estamparia, mas a tatuagem é a minha paixão desde a adolescência. Porém, quero muito mais profissionalmente. Pretendo viajar, conhecer outras culturas e outros tatuadores. E, quando estiver mais velho e mais experiente, ter meu próprio estúdio. 

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