sexta-feira, 8 de março de 2013
A mulher e seu dia
O
movimento feminista da década de 1960 recuperou a data comemorativa do Dia
Internacional da Mulher, que foi adotado pelas Nações Unidas para lembrar as
conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres. Entretanto,
no Brasil, a celebração está sendo usada
como instrumento de propaganda política, visando justificar gastos do Governo
com programas sociais que possam aumentar o consumo das famílias, em detrimento
das reivindicações da mulher.
“A mulher é a principal mola de propulsão para
vencer a miséria. Sabe por quê? Porque ela é o centro da família. Porque quando
uma mulher se ergue, nunca se ergue sozinha, ela levanta junto seu companheiro,
ela levanta junto seus filhos, ela fortalece toda a família. Vem daí a
importância que damos à mulher nos nossos programas sociais. 93% dos cartões do
Bolsa Família estão, por exemplo, em nome de mulheres”.- discursou, em cadeia nacional, a
presidente Dilma Rousseff, em de março
de 2012.
Até o
término deste texto, não sei dizer se a presidente repetirá o pronunciamento do
ano passado, neste 8 de março de 2013. Aposto que sim, mas com outras palavras.
Aliás, a adulação nesta data é geral: do porteiro ao mais graduado, a mulher
recebe sorrisos, florzinha e até
presentinhos do chefe. Não faltam também e-mails com lindas mensagens de
autoestima enviados por amigos e, principalmente, pelas próprias homenageadas.
Por
conta disso, o objetivo original se perdeu e a data tornou-se mais uma no
calendário como o dia das mães, das
crianças, dos pais, dos namorados, e por aí vai... O carinho a gente agradece e
retribui, mas queremos concretizadas as promessas.
As
conquistas na área legal estão indo. A Lei Maria da Penha, de agosto de 2006,
representa uma vitória na luta da mulher contra a violência doméstica porque
garante a prevenção, a proteção da vítima e punição ao agressor. Mas, segundo a advogada
Silvia Pimentel, do Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos
Direitos da Mulher (CLADEM), é preciso que seja aplicada de forma mais consistente
em todo o país.
Além disso, a mulherada está estudando cada vez mais.
Desse modo, buscam crescer profissionalmente visando melhores rendimentos, mas
adiam o casamento e a maternidade. Segundo dados do IBGE, o nível de educação
está associado ao grau e à intensidade de exposição da mulher aos processos
sociais em que estão inseridas, ou sejam: urbanização, modernização da
sociedade em seus aspectos culturais, econômicos e sociais; difusão dos meios
anticonceptivos; oscilações da renda familiar e mudanças dos padrões de
consumo.
Ainda com base na pesquisa do IBGE, de cada 100
brasileiros com 12 anos ou mais de estudo, 56,7 são mulheres e 43,3, são
homens. Entretanto, a notícia desanimadora, segundo a Síntese de Indicadores
Sociais, é que as mulheres têm mais escolaridade, mas ganham menos em todas as
posições na mesma ocupação.
Contudo, a mulher está trabalhando em diversos setores da sociedade, antes exclusivos do homem como na área de segurança pública e Forças Armadas. E, sem perder a intuição e a sensibilidade tão peculiares ao gênero, ela vai conquistando um lugar de destaque no cenário político e econômico do país.
Por Maria Oliveira
Publicado em março de 2013
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