segunda-feira, 29 de março de 2010

TPM

Se você não teve, ainda há tempo de acontecer com você


A Tensão Pré-Menstrual, também conhecida como TPM, é uma antiga vilã na vida de 90% das mulheres. Os outros 10% já tiveram TPM, mas não souberam discernir os sintomas, portanto responderam “não” alguma vez na vida quando perguntadas em enquetes ou consultórios se já tiveram ou tem TPM. Os sintomas variam de mulher para mulher, e se por acaso se apresentem níveis elevados de gravidade dos sintomas, pode-se tratar de outra doença: a Síndrome Disfórica Pré-Menstrual (SDPM). Mas vamos falar (e mal) da TPM.

Segundo informações médicas, a TPM está diretamente ligada à ovulação, mas não se sabe ao certo por que ela acontece. O impulsionador podem ser hormônios sexuais produzidos durante o ciclo menstrual ou transmissores químicos que controlam impulsos nervosos do apetite, do sexo e da agressividade. E as sensações variam bastante: antes da velha e boa menstruação, você começa a sentir uma vontade incontrolável de chorar pela manhã quando lê no jornal que o marido da Suzana Vieira traiu ela de novo. Solidariza-se tanto que começa a se imaginar no papel dela, e, ao fim do dia, ou está querendo cortar os pulsos com a faca de pão ou está querendo espancar o salafrário de seu marido/amigo/namorado, que pode um dia te deixar nesta situação deprimente.

Uma amiga liga e você começa a gritar ou então acaba por chorar incontrolavelmente. Isto sem contar com seu corpo dolorido e um cansaço que a impede até de querer levantar da cama, para dar aquela caminhada ou mesmo trabalhar. Suas pernas estão tão inchadas e a sensação de fadiga é tão grande que a possibilidade de sair de casa não existe ou, se não der pra escapar, a sensação é de que o dia se arrasta. Isto, cara leitora ou leitor solidário, são apenas alguns dos mais de 150 sintomas que a medicina já diagnosticou da infame.

Ninguém nos entende, ninguém nos é justo, todo mundo nos odeia ou está nos olhando, e pior, ainda ironizam este período particularmente irritante do mês. Esta visão do inferno está relacionada à segunda metade do ciclo feminino. É quando entra em cena a progesterona, o hormônio que prepara o corpo para a fecundação e para a gravidez, que os problemas começam. Isso porque ela também diminui os níveis de serotonina no cérebro, um neurotransmissor que dá a sensação de bem-estar. Daí esta roleta russa de emoções incompreensíveis, que já terminou muito namoro e abalou muito casamento e até mesmo algumas amizades – no trabalho, então, se os colegas e aqueles com quem você lida diretamente não souberem compreender... Adeus sossego!

Resultados não cientificamente comprovados mostram que a vitamina B6 (Piridoxina), a vitamina E, o cálcio e o magnésio podem ser usados com melhora dos sintomas, que podem ser classificados em físicos e emocionais:

1. Sintomas físicos:

Cefaléia - A famosa "dor de cabeça" é o sintoma mais freqüente.

Mastalgia - Sensação de mamas doloridas e inchadas. Dor ou inchaço em pernas, pés e abdome - As pernas, além de inchadas, apresentam sensação de peso e dor constante. O abdome aumenta de tamanho.

Dor nas costas - A dor pode aparecer do pescoço até a região lombar.

Alterações do apetite e vontade de comer determinados tipos de alimento – Ingestão de alimentos calóricos ou perda de apetite. Outra característica é o desejo por determinados tipos de alimentos, como doces, em especial chocolate.

Acne - As espinhas em geral aparecem na fase pré-menstrual por alterações hormonais. Ondas de calor - Sensação de calor, não importa a temperatura externa.

Insônia - Noites mal-dormidas, com sono que não vem ou vem “picado”.

Sonolência - Sono incontrolável em horários em que normalmente estamos ativos.

Cansaço - Muitas vezes está associado a todo o desconforto que os demais sintomas causam.

2. Sintomas emocionais:

Irritabilidade - Sai do sério por qualquer coisinha; é o famoso “pavio curto”.

Agressividade - Vontade de brigar e até agredir fisicamente.

Ansiedade - Sensação de que algo ruim vai acontecer; um aperto no peito, uma angústia impossível de definir.

Tensão - Sensação de que todos os músculos do corpo estão contraídos.

Depressão - Tristeza profunda, falta de vontade de viver, desânimo.

Sensação de culpa e insignificância - Percepção de que tudo o que dá errado no mundo é nossa responsabilidade. Sentimento profundo de não ter importância para nada nem ninguém.

Choro fácil – Choro sem motivo nas situações mais simples.

Esquecimento - Falta de concentração nas atividades; esquece datas, prazos, telefonemas, compromissos.

Confusão - Troca informações, comete erros, fala a coisa errada para a pessoa errada, troca endereços, telefones, etc.

Labilidade emocional - Emoções à flor da pele; chora por qualquer motivo. Um simples comentário pode provocar uma discussão absurda. O humor se altera com muita facilidade, passando de euforia a tristeza profunda.

Isolamento - Desejo de se manter longe de pessoas e do convívio social.

Falta de iniciativa - Vontade de não fazer nada, de ficar parada olhando o infinito; desmotivação para as atividades diárias.

Compulsão por doces - Desejo incontrolável e compulsivo de comer coisas doces.

Aumento de apetite - Vontade de comer muito e o tempo todo.

Diminuição da libido - Falta de desejo sexual.

Ou seja, não é fácil ser mulher. Ainda mais em um mundo onde as pessoas estressadas por natureza são ironicamente saudadas com o bordão “tá de TPM?” Agora, leitor/leitora solidário (a), imagine uma pessoa já normalmente elétrica e estressada entrando na TPM? Então, é melhor afastar-se de mim, pois me torno um purgante depressivo- implicante- irritado e (mais ainda) cheio de enxaqueca!

Por Fernanda Barbosa
 
Publicado em Novembro de 2008

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