segunda-feira, 29 de março de 2010
Pisca alerta para mulheres
Em janeiro, o drama da capixaba Mariana Bridi, de 20 anos, ganhou manchete em jornais e sites de notícias no mundo inteiro. A modelo, que foi finalista por duas vezes no concurso Miss Mundo Brasil, teve as mãos e os pés amputados, devido a um choque séptico causado por bactérias Estafilococos e Pseudonomas aeruginosa, tendo como provável foco uma infecção urinária. Embora a infecção urinária seja uma doença comum, especialmente nas mulheres, a morte da modelo chamou a atenção para a incidência da sepse como uma das principais causas de morte hospitalar.
Segundo o Instituto Latino-Americano de Sepse, no Brasil, a morte por infecção generalizada está em torno de 60%. Embora qualquer infecção potencialmente possa evoluir para sepse, as que mais frequentemente apresentam esta complicação são as infecções do pulmão, abdômem e, principalmente, das vias urinárias. A infecção do trato urinário (ITU) é a infecção bacteriana mais comum no ser humano. A segunda mais frequente, perdendo apenas para a gripe, que é de origem virótica.
Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que as infecções urinárias são responsáveis por mais de sete milhões de consultas por ano nos Estados Unidos e por cerca de 100 mil hospitalizações. Embora as ITUs, em geral sejam fáceis de diagnosticar e curar, uma série de fatores devem ser levados em conta para se conseguir a melhor forma de tratamento. As recomendações para o diagnóstico, e para a terapia, variam com a idade, sexo, comorbidades - doenças já existentes em outros órgãos -, risco de patógenos resistentes, prévia resposta ao tratamento, uso de cateter e gravidez.
Pelas informações do Guia Prático da SBU, as opções de tratamento com agentes antimicrobianos têm aumentado muito nos últimos anos, assim como a utilização cada vez maior de probióticos. Por outro lado, como um fator negativo, a resistência bacteriana também está aumentando progressivamente. Os fatores que predispõem a evolução, de uma infecção localizada para generalizada, são a agressividade da bactéria e o grau de imunidade do paciente.
Segundo o médico urologista, Luiz Carlos Gonçalves de Oliveira, a mulher é mais suscetível à contaminação bacteriana devido à própria anatomia periuretral: uretra curta, reta, concomitante com o canal vaginal e proximidade com o ânus. Para o médico, a roupa apertada na mulher, como a calça jeans, não causa infecção urinária. Entretanto, adverte: “roupa apertada pode dar irritação na uretra e na vagina e, consequentemente, poderá ou não evoluir para uma infecção”.
Portanto, a infecção urinária, como qualquer outra, deve ser tratada precoce e adequadamente por um médico. Como dizia a vovó: “o mal deve ser cortado logo pela raiz”. Mas, atenção! Não estamos falando da raiz dos chás caseiros ensinados pelos nossos antepassados e indicados para quebrar cálculos. Ao pressentir algum sintoma, a atitude correta é procurar um especialista que dirá quais procedimentos adequados e remédios específicos podem curar nossas cistites, uretrites e todas as “ites” que surgirem pelo caminho.
Por Maria Oliveira
Publicado em Fevereiro de 2009
0 comentários:
Postar um comentário