segunda-feira, 22 de março de 2010

A história do “amigo do peito”

Vamos combinar que uma espetaculosa que se preze tem que estar com tudo em cima, não é verdade? Ainda mais quando o assunto é nossa auto-estima e feminilidade. Não tem data melhor para abordar o tema do que no próprio, ou nos dias que antecedem, o dia internacional das mulheres.

A peça de lingerie, símbolo do sexo feminino, surge a partir de um longo processo evolutivo. Na época em que o uso dos espartilhos era uma obrigação, temos a infeliz estatística de que muitas mulheres morreram ou adoeceram por causa do mesmo, acontece que eles eram pesados e amarrados por fortes barbatanas. Sua intenção era ficar o mais firme no corpo possível, para desenhar uma silhueta perfeita. Mas forçavam tanto que comprimiam os pulmões e apertavam as costelas, deixando suas usuárias com falta de ar, costelas quebradas e constantes desmaios, visto também que elas não conseguiam nem comer direito.

Com toda essa pressão, há um século uma jovem americana, chamada Mary Phelps Jacob, inovou criando o sutiã. A produção da primeira peça, contou com a ajuda de uma empregada e teve como materiais: dois lenços, uma fita cor-de-rosa e um cordão. A jovem rebelde teve que começar a fazer cópias da criação para suas amigas, e então passou a comercializar. Mary acabou vendendo a patente e, a empresa compradora, em trinta anos faturou US$ 15 milhões com o modelo.

 


Claro que, com o passar dos anos e décadas, o sutiã foi aderindo novas tecnologias em sua confecção, como o nylon, lycra, bojos com enchimentos e arames. Formas que foram se adequando a cada momento da sociedade, modelando o corpo conforme o desejo das mulheres (ora diminuindo, ora criando um maior volume), ficando mais simples na época da guerra mundial e vendo seu glamur ressurgir com o “New Look” de Dior. E ainda, ao auge com as estrelas de Hollywood (adeptas aos mais luxuosos) e até mesmo ao inusitado protesto feminista, quando as peças foram queimados em praça pública porque consideravam-na o símbolo da opressão masculina. Fato esse que marcou para sempre a história dos sutiãs.
 
O incrível é que todos esses fatos se deram nos Estados Unidos, desde a criação até o protesto, mas o uso e desuso foi acompanhado por mulheres do mundo inteiro, o que já mostrava a liderança americana na ditadura da moda e comportamento. E por falar em auge americano, revolução, moda, mulher e sutiã... Uma personalidade agrega todos os itens, seu nome: Madonna. Ela também marcou uma era ao passar a usar o sutiã por fora, como roupa nada íntima. Sempre revolucionária e com uma atitude incomparável, Madonna é a melhor representante do sutiã em suas formas mais ousadas.
 
Por Roseane Marassi - Consultora de Moda
 
Publicado em Março de 2008

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