sexta-feira, 26 de março de 2010
Energia que vem das brincadeiras
Fechar a boca em festa junina só vale para a brincadeira “boca do palhaço”, mesmo assim, se tiver boa pontaria. Quem resistiria às deliciosas comidas típicas para manter a forma durante o inverno? Então, para ninguém se privar dos prazeres da festa, aqui vão algumas dicas de atividades que queimam energia sem deixar o “caipira” cair na fogueira. Nesse caso, é melhor deixar a vergonha de lado e dançar quadrilha.
A quadrilha é a mais tradicional das atividades juninas. A dança é muito divertida e faz queimar seis calorias por minuto. O ritmo forte da música e a variedade de passos exigem agilidade dos casais que se movimentam pelo terreiro mexendo sempre braços e pernas de forma sincronizada. Essa carga de força e vitalidade, que o “puxador” de quadrilha cobra dos participantes, faz a diferença na balança após meses de ensaios.
No Nordeste do Brasil, a organização começa com bastante antecedência, uma vez que as festas juninas se transformaram em atração turística das capitais e do interior. Os setores da indústria e comércio lucram muito nessa época do ano porque há muita procura por tecidos, sapatos e adereços usados na confecção das roupas de quadrilha e na decoração do ambiente. A indumentária das caipiras, cada vez mais sofisticada, demanda mais trabalho das costureiras e bordadeiras, que recebem encomendas sem parar. Desse modo, as pessoas que se dedicam a esses festejos gastam muita energia desde os preparativos: quem não trabalha nas confecções, ensaia para a dança, ou treina para algum desafio.
Desafios e brincadeiras fazem parte das festas juninas. As modalidades variam de acordo com os costumes de cada região. O que vale é a espontaneidade e a alegria, sem falar na disposição física que algumas exigem como o pau-de-sebo. Trata-se de um mastro de madeira envernizado com aproximadamente cinco metros de altura. Prepara-se cuidadosamente a madeira tirando-se todos os nódulos com uma lixa. Depois, passa-se sebo de boi ou cera nele todo. O pau-de sebo é então firmemente fixado no chão, tendo no topo uma cédula de valor alto para aguçar o desejo de alcançá-la. A brincadeira consiste em tentar subir no pau-de-sebo para pegar o prêmio.
Outra brincadeira interessante para todas as idades é o “Quebra-pote”. Ergue-se a um canto do terreiro uma armação de madeira em forma de forca. Nessa armação, pendura-se um pote de barro cheio de balas para atrair a garotada, ou água para provocar risos diante do imprevisto.
Engraçada também para assistir é a “dança da laranja”, embora a brincadeira exija concentração dos participantes. Ao som de um forró animado, os casais se movimentam no salão com os braços para trás e equilibrando uma laranja entre suas testas. A brincadeira tem como desafio não encostar o corpo no parceiro e não deixar a laranja cair. O prêmio vai para o casal que conseguir ficar até o fim, nessas condições.
Para aqueles que gostam de mais ação, a pedida é a “corrida do saco”: o competidor tem que pular com as pernas dentro de um saco até alcançar a linha de chegada. Outra brincadeira que mede a velocidade é a do “ovo na colher”. Trata-se de uma modalidade cujo desafio consiste em correr equilibrando um ovo na colher de sopa, até um determinado ponto, e voltar à linha de partida. Se o ovo estiver cozido, tanto melhor. Assim, depois da peleja, os participantes poderão ingeri-lo e, com isso, repor as calorias desperdiçadas na corrida.
Já que as modalidades de brincadeiras juninas, aqui apresentadas, não têm a intenção de jogar ninguém na fogueira, lembremos que soltar balão provoca incêndios desastrosos e que fogos de artifício podem causar queimaduras indeléveis. Portanto, que as calorias perdidas nas festas juninas sejam renovadas em energia positiva, a fim de manterem acesa a chama das tradições e festejos populares.
Por Maria Oliveira
Publicado em Julho de 2008
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