sexta-feira, 26 de março de 2010

De olho na China

Há 2000 AC., às margens do rio Yang-tsé, surgia a China, uma das primeiras civilizações da Terra. Com um passado historicamente rico, esse país do Oriente atraiu olhares do mundo inteiro na cerimônia de abertura dos jogos Olímpicos de 2008, no dia 8 de agosto. E foi apostando nesse número oito da sorte, na cultura chinesa que os realizadores do evento misturaram arte, religião, culinária, pintura, idiomas, religião, invenções e música para mostrar, no Estádio do Ninho do Pássaro, a tradição de uma cultura milenar.

Iluminada pelos fogos de artifício, Pequim mostrava no ar a sabedoria representada pela energia do fogo que destrói, mas permite o nascimento do novo. O poder do Império explodia em cores tal como a força do dragão, um dos quatro animais que na mitologia chinesa participaram da criação do mundo.

Não há como negar a contribuição da China para a criação (transformação) do mundo a partir de grandes realizações. Tantas que nem mesmo os 5 mil quilômetros de comprimento da Grande Muralha foram suficientes para proteger a China dos ataques dos mongóis, que devastavam as cidades e roubavam as riquezas desse império. Mesmo protegendo seu povo do mundo exterior, as descobertas chinesas se espalharam muito além das muralhas pelos primeiros viajantes europeus. Desse modo, a impressão tipográfica, o papel-moeda, a bússola e a pólvora - só para citar algumas invenções - mudaram o modo de vida Ocidental para sempre.

E foi a reboque dos grandes navegadores que o Ocidente conheceu a cultura da China. De lá vinham tecidos, cerâmicas e porcelanas ricamente decorados e pintados a mão. A arte, marcada pela beleza detalhada, contém elementos de vida cotidiana representados nos vasos, pratos, xícaras e utensílios de decoração. Os objetos eram exportados para o Ocidente e até hoje são muito valorizados pelos colecionadores.

Menos difundida comercialmente, mas igualmente bela e apreciada para os momentos de meditação, a arte musical chinesa é tocada com a utilização de vários instrumentos, sendo que os mais importantes são: flauta, instrumentos de corda, gongos, tímpanos e pratos.

Por falar em pratos, a culinária chinesa utiliza muitos ingredientes, molhos e temperos para preparar seus paladares mais exóticos. Arroz, peixe, carnes vermelhas, broto de bambu e legumes são usados em diversos cardápios. O rolinho primavera é um dos alimentos chineses mais conhecidos no Ocidente. Trata-se de uma espécie de biscoito, fino e crocante, Outro alimento apreciado na China, e considerado exótico no Ocidente, é a carne de cachorro. Ainda entre os chineses é comum o consumo de carne de cobra, escorpião, besouros e cavalo-marinho.

Depois dessa mesa farta e variada, o chinês precisa rezar e pedir remissão do pecado da gula. Para tal, é só escolher uma entre a grande diversidade religiosa que existe em seu país: Confucionismo, Taoísmo e Budismo aos adeptos de uma filosofia de vida; Islamismo e Cristianismo para os que acreditam que existe um Deus acima de todas as coisas. Mas lembre-se: “Quem tem olho grande não entra na China”.

Por Maria Oliveira
 
Publicado em Agosto de 2008

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