sexta-feira, 26 de março de 2010
Isso aqui ta muito bom...
“Ela só quer, só pensa em namorar... De manhã cedo já tá pintada. Só vive suspirando, sonhando acordada O pai leva ao dotô, a filha adoentada. Não come, nem estuda. Não dorme, não quer nada... Ela só quer, só pensa em namorar...”. Quem nunca ouviu esses versos? Recentemente ganhou versão em inglês, na voz de Mariana Elali, mas o compositor é nada mais, nada menos que Luiz Gonzaga do Nascimento, o nosso Gonzagão.
Nascido em 13 de dezembro de 1912, numa uma fazenda chamada Caiçara, na cidade de Exu (PE), o compositor popular brasileiro consagrou-se o rei do baião. Uma das primeira composições foi Pé de Serra, onde o artista reviveu o local em que foi criado.
Luiz Gonzaga aprendeu a tocar com o pai, um latifúndio que nas horas vagas tocava e consertava acordeão. Antes mesmo de chegar a adolescência, já se apresentava em bailes, forrós e feiras. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sul do país. Uma das músicas que marcou a carreira de Gonzaga foi Asa branca, regravada diversas vezes até hoje.
Aos 18 anos, fugiu de casa e se alistou no exercito. Conheceu diversos Estados brasileiros como soldado. Em uma dessas viagem, conheceu Domingos Ambrósio, reconhecido em Juiz de Fora (MG) pela habilidade como sanfoneiro. Dele, recebeu importantes lições musicais.
Em 1939, deu baixa do Exército no Rio de Janeiro e decidiu se dedicar à música. No início da carreira, apenas solava acordeão (instrumentista), tendo choros, sambas, fox e outros gêneros da época.
Com repertório basicamente de músicas estrangeiras, se apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Até que, no programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando Vira e Mexe (A primeira música que gravou em 78 rpm; disco de 78 rotações por minuto), um tema de sabor regional, de sua autoria. Veio daí a sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Também em 1945, uma cantora de coro chamada Odaléia Guedes deu à luz um menino, no Rio. Fruto de um caso amoroso com o rei do baião.
Luiz Gonzaga assumiu a paternidade da criança e o chamou de Luiz Gonzaga do Nascimento Junior. Criado pelos padrinhos, Gonzaguinha se tornou um grande músico como o pai.
Somente em 1948 que Luiz Gonzaga se casou. A escolhida foi a pernambucana Helena Cavalcanti, professora que tinha se tornado sua secretária particular, mas não tiveram filho.
O cantor, que sofria de osteoporose, morreu, no dia 2 de agosto de 1989, vítima de parada cárdio-respiratória, no Hospital Santa Joana - em pernambucana. Ele tinha 76 anos.
Já seu filho Gonzaguinha morreu prematuramente, aos 45 anos, vitima de um acidente de carro, após uma apresentação no Paraná, dois anos após a perda do pai.
Sucessos do cantor:
• A dança da moda, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
• A feira de Caruaru, Onildo Almeida (1957)
• A letra I, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
• A morte do vaqueiro, Luiz Gonzaga e Nelson Barbalho (1963)
• A triste partida, Patativa do Assaré (1964)
• A vida do viajante, Hervé Cordovil e Luiz Gonzaga (1953)
• Acauã, Zé Dantas (1952)
• Adeus, Iracema, Zé Dantas (1962)
• Á-bê-cê do sertão, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
• Adeus, Pernambuco, Hervé Cordovil e Manezinho Araújo (1952)
• Algodão, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
• Amanhã eu vou, Beduíno e Luiz Gonzaga (1951)
• Amor da minha vida, Benil Santos e Raul Sampaio (1960)
• Asa-branca, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1947)
• Assum-preto, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
• Ave-maria sertaneja, Júlio Ricardo e O. de Oliveira (1964)
• Baião, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1946)
• Baião da Penha, David Nasser e Guio de Morais (1951)
• Beata Mocinha, Manezinho Araújo e Zé Renato (1952)
• Boi bumbá, Gonzaguinha e Luiz Gonzaga (1965)
• Boiadeiro, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1950)
• Cacimba Nova, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1964)
• Calango da lacraia, Jeová Portela e Luiz Gonzaga (1946)
• Chofer de praça, Evaldo Ruy e Fernando Lobo (1950)
• Cigarro de paia, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1951)
• Cintura fina, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
• Cortando pano, Jeová Portela, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
• Dezessete légua e meia, Carlos Barroso e Humberto Teixeira (1950)
• Feira de gado, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
• Firim, firim, firim, Alcebíades Nogueira e Luiz Gonzaga (1948)
• Fogo sem fuzil, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1965)
• Fole gemedor, Luiz Gonzaga (1964)
• Forró de Mané Vito, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
• Forró de Zé Antão, Zé Dantas (1962)
• Forró de Zé do Baile, Severino Ramos (1964)
• Forró de Zé Tatu, Jorge de Castro e Zé Ramos (1955)
• Forró no escuro, Luiz Gonzaga (1957)
• Fuga da África, Luiz Gonzaga (1944)
• Hora do adeus, Luiz Queiroga e Onildo Almeida (1967)
• Imbalança, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1952)
• Jardim da saudade, Alcides Gonçalves e Lupicínio Rodrigues (1952)
• Juca, Lupicínio Rodrigues (1952)
• Lascando o cano, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
• Légua tirana, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1949)
• Lembrança de primavera, Gonzaguinha (1964)
• Liforme instravagante, Raimundo Granjeiro (1963)
• Lorota boa, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1949)
• Moda da mula preta, Raul Torres (1948)
• Moreninha tentação, Sylvio Moacyr de Araújo e Luiz Gonzaga (1953)
• No Ceará não tem disso, não, Guio de Morais (1950)
• No meu pé de serra, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1947)
• Noites brasileiras, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
• Numa sala de reboco, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1964)
• O maior tocador, Luiz Guimarães (1965)
• O xote das meninas, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
• Ô véio macho, Rosil Cavalcanti (1962)
• Obrigado, João Paulo, Luiz Gonzaga e Padre Gothardo (1981)
• O fole roncou, Luiz Gonzaga e Nelson Valença (1973)
• Óia eu aqui de novo, Antônio Barros (1967)
• Olha pro céu, Luiz Gonzaga e Peterpan (1951)
• Ou casa, ou morre, Elias Soares (1967)
• Ovo azul, Miguel Lima e Paraguaçu (1946)
• Padroeira do Brasil, Luiz Gonzaga e Raimundo Granjeiro (1955)
• Pão-duro, Assis Valente e Luiz Gonzaga (1946)
• Pássaro carão, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1962)
• Pau-de-arara, Guio de Morais e Luiz Gonzaga (1952)
• Paulo Afonso, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1955)
• Pé de serra, Luiz Gonzaga (1942)
• Penerô xerém, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
• Perpétua, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1946)
• Piauí, Sylvio Moacyr de Araújo (1952)
• Piriri, Albuquerque e João Silva (1965)
• Quase maluco, Luiz Gonzaga e Victor Simon (1950)
• Quer ir mais eu?, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1947)
• Quero chá, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1965)
• Padre sertanejo, Helena Gonzaga e Pantaleão (1964)
• Respeita Januário, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
• Riacho do Navio, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1955)
• Sabiá, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1951)
• Sanfona do povo, Luiz Gonzaga e Luiz Guimarães (1964)
• Sanfoneiro Zé Tatu, Onildo Almeida (1962)
• São-joão na roça, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1952)
• Siri jogando bola, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1956)
• Vem, morena, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
• Vira-e-mexe, Luiz Gonzaga (1941)
• Xanduzinha, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
• Xote dos cabeludos, José Clementino e Luiz Gonzaga (1967)
Fonte: Wikepédia
Por Roberta Marassi
Publicado em Julho de 2008
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