sexta-feira, 26 de março de 2010

Os homens de 68

A Coluna Perfil sempre traz como assunto um pouco da vida de personalidades que se destacaram no campo das artes, saúde, política ou outro tema. Nesta edição, como estamos dedicando nosso blog ao ano de 1968, pensamos que seria injusto escolher uma única pessoa para representar a coluna, já que 68 foi considerado o ano em que as pessoas perceberam como o coletivo era mais forte que um indivíduo. Por esse motivo, o Perfil desse mês é dedicado ao homem de 68, ou melhor, aos homens de 68.

E não pense você que estou falando de homens sarados, sorridentes, bem sucedidos, trabalhadores, metrossexuais e fanáticos por futebol como o homem de 2008, mas sim homens que de alguma forma contribuíram para o início de uma nova fase na história do Brasil e do mundo.

Os homens que faziam a cabeça das mulheres na geração de 68 tinham um perfil bem diferente dos homens de hoje. Eles eram mais magros, mais baixos, geralmente vinham acompanhados de um cigarro e um estilo rebelde devido às circunstâncias políticas. Exemplo? Os cantores Bob Dylan, Mick Jagger, Jimmy Hendrix, John Lennon e até Chico Buarque.

É claro que existiam os galãs, como os atores Alain Delon, Marcello Mastroianni e a nossa dupla de “camaradas” Roberto e Erasmo Carlos. Mas o interessante sobre os homens daquela época é que, boa parte do material produzido por eles trazia, nas entrelinhas, mensagens sérias, de paz, de alerta e libertação. Como na letra de “With a little help from my friends”, escrita por Lennon/Mccartney e interpretada por Joe Cocker no festival de Woodstock, um ano depois. Ou nas letras de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Zé, Torquato Netto, entre tantos outros músicos brasileiros que foram censurados, presos e exilados.

O homem de 68 era um homem transgressor e pensador, que lutava pelo coletivo em busca de uma liberdade individual. Eles apostavam que ser diferente era normal e que cada um tinha o direito de expressar o que tivesse vontade. As aparências não importavam muito, o “barato”, como eles mesmos diziam, era enxergar a essência. E isso não é uma viagem embalada pelo rótulo hippie de “paz e amor” porque se analisarmos bem, esses homens conseguiram disseminar a liberdade de pensamento e escolha, e criar uma forma de “individualismo” que os homens modernos, por assim dizer, se enquadram hoje.

Vítimas da brutalidade nas disputas políticas, dentre os assassinatos e atentados contra os jovens nas ruas e praças de vários países e na guerra do Vietnã, duas mortes marcam ainda mais o ano de 68. A primeira, o assassinato de Martin Luther King Jr. em 4 de abril. Em seguida, Robert F. Kennedy em 6 de junho. Martin, aos 39 anos, lutava pelos direitos humanos e Bobby aos 43 anos lançava sua campanha para a presidência dos Estados Unidos, reforçando o fato de que era contra a guerra.

No Brasil personagens como Fernando Gabeira e até José Dirceu batalhavam em meio a outros jovens contra a ditadura e se envolvendo em confrontos. Todos os que participaram do movimento eram importantes para o país, mas tem um nome que ficou marcado na história e acredito, deve ser lembrado pela nossa coluna. Edson Luís de Lima Souto, de então 18 anos, considerado o primeiro estudante a ser “morto pela Ditadura”.

Edson foi assassinado pela polícia militar por acreditarem que ele, junto com um grupo de jovens, atacaria a embaixada Americana quando na verdade, eles estavam planejando uma passeata contra o aumento dos preços da comida no Rio de Janeiro. Sua morte foi lembrada naquele ano com homenagens, passeatas e protestos. A mais significante delas ficou conhecida como a Passeata dos Cem Mil que aconteceu a 40 anos, no dia 26 de junho.

No dia 28 de março deste ano, para lembrar os quarenta anos da morte de Edson, foi inaugurada uma estátua em sua homenagem na Praça Ana Amélia, também no Rio.



Fonte:

Revista Criativa – mês junho

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/indice.htm



Conheça algumas personalidades que nasceram em 1968 e por tanto, estão completando 40 anos também!!!

Cuba Gooding Jr., ator estadunidense.

LL Cool J, rapper e ator estadounidense.

Carolina Ferraz, modelo e atriz brasileira.

Daniel Craig, ator britânico, o sexto 007 do cinema.

Ashley Judd, atriz estadounidense.

Kylie Minogue, cantora e atriz australiana.

Sandra Annenberg, jornalista brasileira.

Carla Marins, atriz brasileira.

Eduardo Moscovis, ator brasileiro.

Lupita Jones, empresária mexicana e Miss Universo 1991.

Angelita Feijó, atriz, socialite e ex-modelo brasileira.

Will Smith, ator e rapper estadunidense.

James Caviezel, ator estadunidense.

Naomi Watts, atriz inglesa.

Hugh Jackman, ator australiano.

Owen Wilson, ator norte-americano.

Lucy Liu, atriz americana.

Brendan Fraser, ator norte-americano.

Alejandro Sanz, cantor espanhol.

Carla Bruni, cantora, ex-modelo italiana e atual primeira dama da França.

Leonardo Vieira, ator brasileiro.

Luciano Szafir, ator brasileiro.


Por Carolina Andrade

Publicado em Junho de 2008

0 comentários:

 

©2009Espetaculosas | by TNB