sexta-feira, 26 de março de 2010

Juju em

Mostra a sua cara – Brasil!

Oi gente, tudo bem? Ainda no ritmo de dia das mães, outro dia me peguei lembrando daquela que foi a pior filha na história da teledramaturgia. Quem? Maria de Fátima, claro! Personagem da atriz Glória Pires em Vale Tudo.

Aliás, a trama de maior sucesso na TV brasileira completa exatos 20 anos esse mês. Vamos recordar???

Vale Tudo, novela de Gilberto Braga, estreou em 1988 levantando a seguinte questão: vale a pena ser honesto num Brasil de hoje? Se essa pergunta fosse feita nos dias atuais, não sei se a resposta seria muito diferente daquela época. Mas a verdade é que o folhetim, que ocupava o horário nobre da Rede Globo, é lembrado até hoje por retratar tão bem a situação política vivida pelo nosso País.

Crítica social e trama contagiante, a novela começa com foco na relação entre mãe e filha, vividas por Regina Duarte e Glória Pires. Maria de Fátima (a filha) vende todos os bens da família e vai embora para o Rio de Janeiro, abandonando a mãe. Já na cidade grande, ela se faz de inocente e passa a viver de pequenos golpes, na busca por um bom partido. Sua mãe também se muda para o Rio e começa a vender sanduíches na praia para sobreviver, até encontrar a filha e acertarem suas contas.

Além de Maria de Fátima, Vale Tudo trouxe outros personagens que entraram para a história, como Raquel (Regina Duarte) e Ivan (Antônio Fagundes) - representando o trabalhador brasileiro, e os corruptos Odete Roitman (Beatriz Segall) e Marco Aurélio (Reginaldo Faria).

Entre os momentos marcantes destaque para: Raquel rasgando o vestido de casamento da filha, a banana que Marco Aurélio dá ao fugir do País (no final da novela), o casamento armado por Maria de Fátima entre o michê César (seu amante) e um gay milionário e a revelação de que Leila (Cássia Kiss) era a assassina da vilã Odete Roitman (a maior vilã de todos os tempos).

Aliás, a morte de Odete Roitman mobilizou todo o País. Não havia uma só rodinha de discussão para desvendar esse mistério, pioneiro nos famosos bolões já comuns ao final de cada novela, na qual a trama envolve assassinatos. E mais, a música tema – Brasil (composta por Cazuza e interpretada pela Gal Costa) caiu na graça do povo e se tornou um verdadeiro Hino na boca da população brasileira, insatisfeita com seus governantes.

Uma curiosidade: a novela foi a primeira a falar abertamente sobre homossexualismo feminino e sofreu censuras por isso. Retrato de um Brasil que mostrava a sua cara, não?

Juju também é cultura. Rs...

Bjs e até a próxima!

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