sexta-feira, 26 de março de 2010
Michael Jackson
Black Or White
Em agosto o astro da música pop Michael Jackson completou 50 anos. O cantor criou sua fama através de performances maravilhosas, que incluíam figurinos extravagantes, coreografias surpreendentes, boa música e muita tecnologia.
Michael Joseph Jackson nasceu em Gray, no Estado americano de Indiana. Seu pai, Joseph Jackson, foi guitarrista e operário. Ao todo teve sete filhos, sendo cinco meninos e duas meninas.
Percebendo os dotes dos filhos para a música, criou em 62 o Jackson Five. Formado pelos cinco irmãos Jackie, Jermaine, Tito, Marlon e Michael. Na ocasião, com apenas cinco anos e um ótimo timbre de voz, o caçula era o líder da banda.
O Jackson Five fez sucesso em shows de casas do interior dos Estados Unidos e, em 68, com a fama se espalhando, foram descobertos. Assinaram contrato com a gravadora Motown Records, se mudaram para a Califórnia e juntos chegaram a emplacar quatro singles na parada americana - I Want You Back, ABC, The Love You Save e I'll Be There.
Desde pequeno Michael Jackson mostrou habilidade artística, tanto para o canto quanto para a dança. Percebendo isso, o velho Joseph passou a explorá-lo, treinando o pequeno garoto. Tendo que ensaiar exaustivamente, já que seu pai não aceitava erros, o jovem chegou a dizer que sofreu abusos durante a infância. Muitas vezes a punição para deslizes cometidos vinha através da violência. Mas, com Michael cantando divinamente acompanhado de seus agudos poderosos, era certo que não permaneceria muito tempo ali.
A carreira solo veio em 71, com o single Bem. Quem não se lembra do ratinho no filme? Era a primeira de muitas canções que elevariam sua carreira O menino cresceu e em 77 aproveitou o sucesso musical para se arriscar nas telas de cinema. Estrelou o musical The Wiz, com Diana Ross, por quem se apaixonou. Começava ali uma maratona de cirurgias plásticas para torná-lo, cada vez mais, parecido com a diva. Foi nessa mesma época que conheceu Quincy Jones, que produziria seu primeiro álbum.
“Off The Wall”, seu primeiro álbum solo, foi produzido em 1979 e gerou quatro canções número um, chegando a vender 11 milhões de cópias. Mas foi o ano de 82 que marcou de vez a entrada de Michael na indústria pop. Na ocasião o cantor fez dueto com Paul MacCartney e lançou “Thriller”. Este álbum produziu sete singles de sucesso, incluindo a música de mesmo nome, vendeu mais de 51 milhões de cópias em todo o mundo e até hoje, 25 anos após seu lançamento, continua no topo.
Em 1983, no aniversário de 25 anos da Motown, Michael criou a dança "moonwalk". No ano seguinte, firmou um recorde de oito Grammys pelo seu trabalho no álbum “Thriller”, que ainda lhe rendeu sete American Music Award por se manter 37 semanas na primeira posição dos discos mais vendidos nos Estados Unidos e, inacreditáveis dois anos tocando nas rádios sem parar.
Nesse mesmo ano, surgiram boatos de que ele dormia com um chimpanzé ou dentro de uma câmara de oxigênio, e insinuações de que fazia cirurgias plásticas para se tornar branco, devido a pele cada vez mais clara e o nariz afilado.
Já em 85, escreveu junto com Lionel Ritchie “We are the World”. O sucesso ficou marcado pela campanha em prol da África, que contou com a presença de diversos cantores famosos como Cindy Lauper e Bruce Springsteen.
Em 1988, Michael lançou o álbum “Bad” e começou sua primeira turnê mundial. O disco vendeu 25 milhões de cópias. Também nesse ano, escreveu sua primeira autobiografia - Moonwalk, revelando segredos da sua infância. O livro apresenta cenas do cotidiano do cantor, inclusive o investimento do pai em instrumentos musicais e as surras que ele e os irmãos levavam quando não seguiam suas instruções. Já no final dos anos 1980, foi eleito o "Artista da Década".
Entrou na década de 90 cada vez mais branco. Respondendo aos rumores sobre a cor de sua pele, lançou em 91 pela Sony Music o álbum “Dangerous”, de onde saiu a música Black or White. E em 92, chamou a apresentadora de TV Ophrah Winfrey em seu rancho de Neverland para explicar que na verdade sofria de vitiligo, doença que clareia a pele.
O astro pop casou-se em 94 com Lisa Marie Presley, filha de Elvis Presley. O relacionamento durou apenas 19 meses. Já em 1995 lançou "HIStory", seu quinto álbum solo. Durante a turnê de dois anos se casou pela segunda vez, agora com Debbie Rowe, em 14 de novembro de 1996. Rowe era enfermeira do astro quando ele fez tratamento para sua doença de pele. Juntos, tiveram dois filhos: Prince Michael Joseph Jackson Jr. e Paris Michael Katherine Jackson. O cantor ainda teve Prince Michael II, com outra mulher. Os três são criados somente pelo pai.
Em 1997 lançou o álbum remixado “Blood on the Dance Floor”, com cinco canções novas para o filme Ghosts. Em setembro de 2001, celebrou o 30º aniversário da carreira solo com dois shows em Nova York, ao lado de artistas como Whitney Houston, Usher, Destiny's Child e Shaggy. Em compensação, o disco “Invencible” (2001) e a coletânea “The Essential Michael Jackson”, últimos trabalhos inéditos do popstar, tiveram vendas pouco expressivas.
Esse ano, em comemoração aos 25 anos de “Thriller”, uma edição de ouro do álbum original foi relançada. Já pelos 50 anos do cantor, Michael promoveu a produção interativa de uma nova coletânea. Os países participantes irão escolher as músicas que farão parte do disco. Aqui no Brasil, a promoção foi lançada pelo canal Multishow.
Michael Jackson revolucionou a indústria fonográfica com o lançamento de clipes que contavam histórias, e pequenas produções cinematográficas que surgiram junto ao início da MTV, nos Estados Unidos. Além disso, seu jeito de dançar e o próprio ritmo influenciaram gerações.
Fazendo jus as palavras de Raul Seixas, Michael sempre foi apontado como uma metamorfose ambulante. Seja graças às inúmeras plásticas pelas quais já passou em sua vida, ou ainda o excesso de excentricidade e esquisitices. E hoje, após ter se tornado uma massinha de modelar, a impressão que dá é a de que, no fundo do baú, ainda tem muita coisa a se revelar.
Fontes: G1, Abril, Wikipédia
Site Oficial Michael Jackson - http://www.michaeljackson.com/news
Lado B
Paralelo a sua carreira meteórica, Michael Jackson acabou tendo sua vida envolvida em escândalos e polêmicas. Mudanças na face, cor da pele, e o medo de adoecer (o que lhe fez muitas vezes ser visto usando máscaras cirúrgicas, indicadas para transplantados) são apenas algumas das mais comentadas. Além disso, a idéia de ser uma eterna criança o ajudou a projetar a imagem de alguém frustrado, que teve a infância interrompida e, talvez, a inocência roubada.
Um documentário exibido pelo canal Sony, quando o cantor estava com 44 anos, revelou fatos marcantes de sua vida. Na época o cantor já sofria decadência profissional e de imagem, devido aos supostos escândalos sexuais envolvendo crianças.
No documentário Living with Michael Jackson, o astro pop é um sujeito completamente fora da realidade. Ele se compara a Peter Pan, personagem que não queria crescer. Em seu rancho californiano, conhecido como Neverland (Terra do Nunca), o cantor se diverte com crianças no parque de diversões e no zoológico que mantém no local, brinca de kart e exibe a árvore em que costuma subir para compor.
Durante uma sessão de compras, em Las Vegas, o cantor gasta 6 milhões de dólares em uma loja de mobílias. Aponta tudo aquilo que deseja levar, sem jamais conferir preços nem mesmo examinar as peças.
Michael dá um depoimento sobre as violências cometidas por seu pai, na época em que empresariava o grupo Jackson Five. Segundo o cantor, ele lhe dava surras com o fio do ferro de passar roupa, toda vez que ele se mostrava desatento nos ensaios da banda.
Outro trauma citado pelo cantor foi o de presenciar o irmão, durante as turnês, fazendo sexo com garotas no mesmo quarto em que dormia. Ele também narra seu traumático início na vida sexual com a namorada Tatum O'Neal (filha do ator Ryan O'Neal). "Eu não estava pronto para as coisas que ela queria. Lembro que deitei na cama e, quando ela veio por cima, cobri o rosto com as mãos", diz o astro.
Na hora de falar sobre suas cirurgias plásticas, desconversa. Segundo ele, as mudanças em seu rosto foram naturais, decorrentes do crescimento e da idade. Já sobre o tom de pele, argumenta: "Quantos brancos ficam o dia todo sob o sol para parecer negros? O comércio de bronzeadores é um negócio multimilionário e ninguém denuncia isso".
Michael Jackson afirma que fez uma plástica no nariz, para respirar melhor e alcançar notas mais altas. Mas, se for verdadeira a revelação da revista Vanity Fair, de que ele já não ostenta seu nariz e sim uma prótese, a explicação estaria mais uma vez ligada a trauma de infância. Seu pai zombava de seu nariz, dizendo: "Esse narigão não veio da minha família". Segundo a revista, pessoas que viram o cantor sem a prótese atestam que ele fica com o aspecto de uma múmia egípcia.
O mais perturbador na personalidade de Michael Jackson é a estranha relação que mantém com as crianças. Começando pelos filhos Prince Michael I, Paris e Prince Michael II. Os dois mais velhos vivem longe da mãe desde o nascimento. No documentário, o astro conta que quando Paris nasceu, ele agarrou a menina tão logo o cordão umbilical foi cortado e a levou para casa, ainda envolvida na placenta. Além disso, submete os filhos a dietas rigorosas e não os deixa aparecer, em público, sem máscaras.
No ano passado, durante uma viagem a Berlim, Michael deu uma entrevista em que parecia estar fora de si, chacoalhando a criança em seus braços, enquanto lhe dava mamadeira. No programa, o cantor revela que o garoto foi gerado por uma mãe de aluguel, e ele nem chegou a conhecer. Quando indagado sobre ter tido três filhos branquíssimos, tenta explicar com a seguinte frase: "Você precisa saber que os negros são chamados de pessoas de cor porque têm várias cores".
Em 1993 o cantor enfrentou processo por assédio a um menor e só se livrou da queixa, e de ir para a cadeia, depois de pagar indenização no valor de 25 milhões de dólares. De acordo com a revista Vanity Fair uma antiga empregada também teve um cala-boca milionário depois de flagrá-lo espremido, junto com seu filho, dentro de um saco de dormir. Ela também o viu nu, mais de uma vez, na presença de garotos.
No documentário o astro dá entrevista ao lado de Gavin, um garoto de 12 anos que ele acolheu porque sofria de câncer. De mãos dadas com Jackson, e rosto encostado em seu ombro, o menino conta que já dormiu no quarto do cantor. Michael sorri e esclarece que, enquanto o garoto ocupou sua cama, ele dormiu no chão. Quando Bashir (jornalista responsável pelas entrevistas) questiona se ele acha normal um homem de 44 anos dividir o quarto com crianças, o artista responde: "Quando você fala em cama, logo pensa em sexo. Mas não tem nada a ver. Eu cubro as crianças, ponho uma música e leio uma história para elas. Tomamos leite quente e comemos biscoitos. É encantador. O mundo inteiro devia fazer isso".
Por Tatiana Bruzzi
Publicado em Setembro de 2008
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