sexta-feira, 19 de março de 2010

Exercícios físicos sob controle

Muito antes do lema do atletismo “mais rápido, mais alto e mais forte”, criado por padre Dére Didon, entrar em vigor em 1896, o homem primitivo já praticava esporte enquanto corria, pulava, e arremessava em busca do alimento de que precisava para sua sobrevivência. Mas, foram os gregos que se apropriaram dos exercícios físicos com a finalidade de alcançar a beleza das formas. Entretanto, o culto ao corpo está sendo praticado de maneira distorcida daquela em que o povo criador da filosofia o inventou. Para o professor de Educação Física, Adalberto Ricardo de Souza, a vida tem a sua plenitude quando a pessoa faz uma atividade física, mas adverte para os perigos do excesso.

Com uma trajetória de 13 anos na área de educação física, Adalberto trabalha há dois meses no Trivella Empreendimentos Esportivos, que funciona nas dependências da Universidade Castelo Branco, unidade Recreio. Lá ele ensina futsal, basquete, futebol, voleibol, natação e orienta na musculação. Como atleta, já competiu pelo Flamengo na modalidade futsal, no tempo em que seu treinador era o mesmo Paulo César, da atual Seleção Brasileira. Para o professor, a atividade física, em si, independe do esporte e requer alguns cuidados.

_ Quando um cliente nos vem procurar, para iniciar alguma atividade física, peço logo exame médico. A maioria almeja um corpo bonito, impulsionado pelo que dita a moda, e quase sempre já vem com uma idéia fixa na cabeça do que pretende fazer. O certo seria o profissional da área escolher em que modalidade o perfil físico do cliente se encaixa. Mas como isso já é recorrente no Brasil, e fica difícil mudar, nós procuramos adaptar o desejo da pessoa ao que julgamos mais importante, que é a manutenção da saúde.

Segundo o professor, que tem 36 anos, a intensidade da atividade tem que ser diferenciada de um jovem para uma pessoa com idade mais avançada. No segundo caso, ele aconselha que a pessoa procure um cardiologista que acompanhe a evolução de suas atividades, e um nutricionista que prescreva uma dieta. Acrescenta, ainda, que não adianta só malhar se a pessoa não tiver uma vida regrada que inclua algumas horas de descanso e lazer em sua rotina.
Exagerar pode ser prejudicial
O fanatismo pelo corpo sarado leva os adeptos da hipertrofia muscular e força física a ansiarem por resultados mais rápidos, e isso pode lhes custar a própria vida. Nesse caso, lembremos da morte da velocista americana Florence Grift Joyner, falecida com menos de 40 anos, por uso de anabolizantes. Segundo especialistas, “são medicamentos à base de hormônio masculino testosterona com as características anabólicas (crescimento) e adrogênicas (caracteres sexuais masculino). As finalidades são terapêuticas nos casos de tratamento de doenças como anemia, alguns tipos de câncer, casos de reposição hormonal, atrofias musculares causadas por certos tipos de doenças ou acidentes traumáticos”. Por conta disso, cabe ao profissional da área orientar seus alunos quanto ao uso indevido de medicamentos para emagrecer e aos excessos nos exercícios físicos.

_ Procuramos dosar a carga do aparelho na musculação e controlar a intensidade da atividade em qualquer modalidade. A gente trabalha orientando para que o cliente não saia prejudicado. Procuramos conversar sobre usar procedimentos sem controle do profissional especializado, cujo efeito não beneficiará a curto prazo, e que o prejuízo será ainda maior a longo prazo. O importante é a conscientização_ sentencia o professor Adalberto Ricardo.

Por Maria Oliveira

Publicado em julho de 2007

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