sábado, 20 de março de 2010

Brincadeira de criança

Nem sempre o termo esporte está ligado a atividades físicas. Não é de hoje que ouvimos as pessoas falarem que caçam, pescam e jogam por esporte. Não sabemos até onde “caçar” pode ser considerado um esporte, mas a pesca e principalmente os jogos, por que não? Quem não curte um carteado inocente? Mais do que os jogos de cartas, os de tabuleiros são considerados uma febre em diversas fases da vida. Dama, Gamão, Xadrez, War e Jogo da Vida são apenas alguns que, por esporte ou paixão, encantam gerações há anos.

Os chamados Jogos de tabuleiro fazem parte da nossa cultura há anos e são conhecidos por promover a interação entre as pessoas. É uma atividade muito saudável, onde as relações humanas podem se privilegiar através da reunião familiar, tornando esses momentos cada vez mais prazerosos. Geralmente são compostos por pinos e dados.

Segundo especialistas, é possível entender o desenvolvimento de uma sociedade analisando os jogos que ela criou. No Brasil há indícios de um jogo, conhecido pelos índios, chamado Jogo da Onça, provavelmente de origem inca. Ele foi encontrado entre os Bororos, no Mato Grosso, onde é conhecido como Adugo, bem como entre os Manchineri, no Acre, e os Guaranis, em São Paulo.

Os jogos nada mais são do que símbolos de luta. Seja ela entre homens ou contra obstáculos a serem desmoronados, com o uso de regras preestabelecidas. Assim como na guerra, que nada mais é do que um jogo de poder entre países e dirigentes. Os soldados são os peões enquanto o território, o tabuleiro. E o povo? O prêmio, claro. Na vida também não é diferente. Trabalho e casamento podem ser comparados a um jogo. Jogamos mal, somos despedidos. Não acertamos na vida a dois? Ambos os participantes são eliminados. E assim por diante.

Antigamente os jogos de tabuleiro faziam parte da diversão de qualquer criança, atributo hoje substituído pela televisão, videogame e jogos eletrônicos via internet. Mas, os jogos de tabuleiro possuem uma característica especial. O corpo a corpo ou mano a mano, como se costuma dizer. Numa boa mesa de tabuleiro desenvolve-se a interação entre os jogadores, o espírito de camaradagem e laços de amizade. Entre uma partida e outra, temos a oportunidade de conhecer as pessoas de nosso convívio.

Na maioria das vezes começamos a jogar com nossos parentes e o mais bacana é que esse costume acaba sendo preservado, mesmo com o passar do tempo. Aliás, quem nunca passou um fim de tarde, após o almoço de domingo, jogando xadrez ou dama, que jogue o primeiro dado.

Além da diversão, aprende-se muito diante de uma mesa de tabuleiro. Existem jogos capazes de ampliar nosso conhecimento através de temas históricos, sobre civilizações e costumes. Uma ótima chance de exercitarmos o raciocínio lógico.

Jogos são recursos excelentes para aperfeiçoar a atenção, a concentração e despertar curiosidades, além de aguçar nossa imaginação. Permitem construir e exercitar a paciência reduz os níveis de ansiedade, estresse e promovem o respeito e a tolerância nos diferentes pontos de vista.

Box:

“... Assim, quando capaz, manifeste incapacidade.

Quando ativo, manifeste inatividade.

Quando próximo, manifeste-se longe.

Quando longe, manifeste-se próximo.

Assim quando ele buscar vantagem desoriente-o.

Quando estiver no caos, tome-o.

Quando for forte, evite-o.

Quando estiver irado, atormente-o.

Ataque quando ele estiver despreparado.

Surja quando ele não espera”
Sun Tzu em “A Arte da Guerra”- Se os ensinamentos de Sum Tzu parecem deslocados numa página de jogos, experimente pensar neles como ensinamentos táticos para um jogo de xadrez ou gamão. O velho general sabia das coisas.

Por Tatiana Bruzzi
 
Publicado em Setembro de 2007

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