sábado, 20 de março de 2010
Uma maravilha de cenário
Ao lado de fortes concorrentes como Pão de Açúcar e Jardim Botânico, o Teatro Municipal do Rio aparece na lista dos 30 candidatos selecionados para o concurso “7 Maravilhas do Rio”. Promovido pelos jornais O Globo. Além do teatro, constam na relação outros monumentos arquitetônicos considerados cartões-postais do Estado como Igreja da Candelária, Arcos da Lapa, Museu de Petrópolis, Outeiro da Glória, Real Gabinete Português de Leitura.
Principal casa de espetáculos do Brasil, o Theatro Municipal funciona desde 1909, na Cinelândia, centro da cidade. Inspirado no modelo arquitetônico da Ópera de Paris, o prédio foi erguido com base no projeto de Francisco de Oliveira Passos, com a colaboração de Albert Guilbert. Desde a fachada exuberante da construção até os mínimos detalhes da decoração do interior, nota-se o empenho do então prefeito Pereira Passos em inserir o Rio de janeiro no mapa das grandes cidades. Portanto, fazer uma visita guiada às dependências do teatro é um verdadeiro passeio pela Belle Époque.
Arte por toda parte
A escada de mármore carrara, revestida por um tapete vermelho, nos conduz ao corpo do teatro com auxílio de corrimões feitos de pedra ônix verde. No topo, a “Deusa da verdade”, esculpida em mármore branco, ergue um globo em uma das mãos como se toda a arte do mundo estivesse contida ali, no Municipal. Faz sentido, pois à medida que a guia de turismo, Vera Lucia Helmers, explica minuciosamente a História da construção, e mostra todos os compartimentos do teatro, o visitante percebe a presença da música, da pintura e da dança em plena harmonia com a arquitetura do monumento.
A sala de espetáculos é dividida hierarquicamente. Os três segmentos de poltronas, estilo Luiz XVI, compõem o lugar da platéia, e atrás e acima desta ficam os balcões nobres que, pela localização privilegiada, oferecem a melhor visão do palco. Nas laterais estão frisas e camarotes, denominados lugares de primeira ordem desde os primórdios do teatro. Olhar para o teto é um espetáculo à parte: um lustre, composto por pingentes de puro cristal, ilumina com suas 109 lâmpadas a pintura “Dança das Bailarinas”, e faz a obra de Eliseu Visconti parecer mais viva.
No subsolo do teatro, o Salão Assirius dá um toque de retorno à Antiguidade ao ambiente. Decorado com peças que contam a história da antiga Pérsia, o restaurante, que na década de 1970 foi boate de show de nudismo, voltou a funcionar em datas muito especiais. Por enquanto, o visitante pode degustar um cafezinho ou um chá no local, mas com direito a admirar os azulejos decorados com a coroação de Dario, minotauros, afrescos, luminárias islâmicas e tantos outros objetos de arte trazidos diretamente da França para o local.
No foyer do teatro, as varandas laterais, decoradas por pinturas de musas referentes às diferentes manifestações artísticas, estão entre graciosos querubins. Das janelas, vislumbram-se outros cartões-postais, que compõem o cenário carioca. Lá estão alguns concorrentes do Teatro Municipal como Pão de Açúcar e Arcos da Lapa. Assim, fica difícil decidir o que o Rio de Janeiro tem de mais bonito. A solução para o impasse é aproveitar a oportunidade do concurso e visitar todos os candidatas às “ 7 Maravilhas do Rio”. Depois, é só entrar no site www.7maravilhasdorio.com.br e votar sem medo de errar.
Por Maria Oliveira
Publicado em Agosto de 2007
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