sábado, 20 de março de 2010

Xiii, você não sabia né?

Uma das grandes práticas ganha espaço no cyberespaço


“Já tá sabendo da última? Não? Fala sério! Viram a Sôninha aprontando de novo. Ah! Não contei sobre o Tony, né? Então, ele estava com outra menina na festa, logo depois de deixar namorada em casa”...

Falar de outras pessoas é um hábito antigo que tem prejudicado muita gente. E que jogue a primeira pedra quem nunca fez uma pequena fofoca. Até mesmo os homens a fazem. É verdade! Eles dizem que só nós, mulheres, a cometemos, mas aquelas conversas depois do futebol, no barzinho ou em qualquer outro encontro dos machões, vai me dizer que não rola uma fofoca?

O dicionário Aurélio a define como brasileirismo popular que remete a mexericos, intriga e bisbilhotice. Lendo isso, me lembrei de quando era criança e chamava alguma vizinha de fofoqueira. Minha mãe me recriminava por isso, mas não é que eu tinha razão? Normalmente quem mora em casa e/ou vila, tem essa experiência. Recordo-me direitinho, daquela senhora, com bob e lenço no cabelo, recostada sobre a janela, falando de alguém...

Um dos piores tipos é aqueles no ambiente de trabalho. Dia inteiro de convívio, passamos mais tempo com eles do que com nossos parentes. Talvez essa seja a razão para tantos desentendimentos e a origem dos boatos. Além deles, no local de trabalho existem outros estilos de fofoca: sem querer; sinceridade; afirmação; baixaria; misericórdia e o famoso tapete.

Recentemente foi veiculado no site de notícias G1, um caso que aconteceu em São Paulo. Depois de uma conversa pelo MSN (popular programa de mensagens instantâneas) entre funcionários do Judiciário paulista, outra pessoa, por vingança distorceu a história, que foi parar no Diário Oficial do Estado. No bate-papo adulterado, as vítimas teriam falado mal do chefe e de colegas. Foi preciso um especialista em informática pra confirmar a fraude.

Situações como essa, podem acabar no tribunal. Calúnia, injúria ou difamação essas três modalidades de crimes violam a honra de qualquer um e protagoniza grande parte das audiências. Quem faz fofoca, além de ter que indenizar a pessoa atingida, pode pagar multa e ainda pegar uma pena que vai de três meses a dois anos de detenção.

Mas esse simples impulso de passar adiante uma informação sobre algo ou alguém, que é irresistível para muitos, tem se tornado cada vez mais veloz. Como no caso citado acima, navegar nas ondas da internet pode ser mais perigoso do que se imagina. É, essa era digital às vezes atrapalha. Você já deve ter visto alguém em um flagra no Youtube (site que armazena vídeos). Já reparou que em todo lugar há câmeras de segurança e logo, as imagens captadas por elas podem parar na grande rede, a querida web.



A fofoca, de qualquer forma se espalha rapidamente, como uma peste, praga... Em entrevista ao Jornal Hoje (TV Globo), exibido em 30 de março, a psicanalista Ana Bock disse que as pessoas devem procurar formas mais amadurecidas de lidar com tais questões. “Elas devem buscar meios de enfrentar situações, competições, situações no trabalho, por exemplo, onde a fofoca ocorre solta”, salienta a especialista.

Mas também não iremos viver enclausurados ou nos escondendo como as celebridades, não é mesmo? É só andar direito e se por um acaso pisar na bola, coloque as cartas na mesa e esclareça tudo. E já que não temos como nos livrar dela, vamos ao menos evitá-lá, certo?

Dicas para evitar a fofoca no ambiente profissional

Amiga, listamos algumas dicas para te ajudar a evitar a fofoca, principalmente no trabalho. Algumas servem para todos os ambientes. Mas lembre-se: Sempre que alguém se aproximar de você para falar sobre outra pessoa, dê um jeito de sair pela tangente. Como diriam nossas avós “é melhor prevenir que remediar”

1. Afaste-se das fofocas e maledicências. Só o fato de prestar atenção nelas pode lhe dar a fama de fofoqueiro. E aquele que lhe conta a ultima, pode levar, também, um péssimo comentário sobre você.

2. Evite fazer profecias. As previsões podem não se realizar e as palavras voltarão contra você.

3. Não seja inconveniente, aparecendo em outros setores da firma sem ligar antes só para fazer um tricô rápido.

4. Mantenha a voz baixa, especialmente quando precisar falar de assuntos de caráter confidencial.

5. Quando se referir a um executivo da empresa numa conversa com os colegas, use o nome completo dele para evitar mal entendido.

6. Caso possua grande amizade no ambiente de trabalho, seja discreto. Nunca comente na frente dos outros colegas os programas que você e o amigo fizeram no final de semana, pois isso desperta ciúme e compromete a imparcialidade de qualquer decisão ou trabalho que você tenha ou faça em relação a seu amigo.

7. Deixe bem claro que é adepto do ditado ''amigos, amigos: negócios a parte'' e evite trabalhar em parceria com um grande amigo. Alem de dar a impressão de protecionismo, a relação pode comprometer o serviço e dificultar a hora de resolver os problemas.

8. Evite falar da sua vida pessoal com quem você não conhece o caráter.

9. Não comente com qualquer um os seus resultados positivos, prêmios e novos projetos que lhe foram confiados.

10. Caso trabalhe com alguém de quem não gosta, troque cumprimentos, mantenha distancia e não comente a antipatia que sente. Isso minimiza atritos e evita que os outros reparem a incompatibilidade e façam fofocas.


Por Roberta Marassi

Publicado em Agosto de 2007

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