sábado, 20 de março de 2010

Todos contra a Dengue

O verão nem chegou, mas já contamos com a presença de um visitante nem um pouco querido. Sabem de quem estou falando? O Aedes Aegypte, transmissor da dengue. Doença transmitida pelo vírus Flaviviridae. No Brasil ela já é considerada uma epidemia. Há altas chances de cura, mas se não tiver cuidado pode matar.

A origem do inseto é africana e quem contamina é a fêmea, que precisa de uma substância do sangue chamada albumina para completar o processo de amadurecimento de seus ovos. O macho apenas se alimenta de seiva das plantas.

Os primeiros registros de dengue no mundo foram feitos no fim do século XVIII. No Sudoeste Asiático, em Java, e nos Estados Unidos, na Filadélfia. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) só a reconheceu como doença no séc. XX. Por não ter sintomas específicos, a doença pode ser confundida com leptospirose, sarampo ou rubéola, por se tratarem de doenças que provocam febre, prostração, dor de cabeça e dores musculares. Ela só pode ser constatada através de exames laboratoriais, onde é dosado o número de plaquetas sangüíneas.



Há casos em que a doença provoca hemorragia. Isso ocorre devido à inflamação dos vasos (por causa da instalação dos vírus no tecido que os envolve). Há um consumo exagerado de plaquetas e a falta delas interfere na homeostase do corpo. Ou seja, a capacidade de controlar espontaneamente o fluxo de sangue. Com isso, o organismo passa a apresentar uma forte tendência a ter hemorragias. É a chamada Dengue Hemorrágica, que pode levar o paciente à morte.

A Dengue hemorrágica pode se manifestar também em pacientes que pegam a doença pela segunda vez ou outro tipo do vírus, como tipo 02 (o mais violento). E ainda em pacientes soropositivos. Para controlar a febre hemorrágica, aconselha-se tomar muito líquido e evitar medicamentos a base se ácido acetilsalisílico (Aspirina ou Melhoral). O mais indicado é medicamentos a base de paracetamol (Tylenol).

A idade ideal do mosquito para transmitir a doença é a partir do 30º dia de vida e ele possui um ciclo total de 45 dias. O vírus precisa de tempo para se manifestar no homem ou mesmo infectar o mosquito transmissor. Uma vez contaminado, o homem demora entre 2 e 15 dias para sentir os sintomas da doença. Além disso, há um período para que o mosquito se contamine ao picar um doente, que vai desde o dia anterior à febre até seis dias após esta data. Depois de oito dias que picou o homem é que o Aedes consegue contaminar outra pessoa. Segundo especialistas, o homem só desenvolve imunidade permanente para o tipo de vírus que contraiu. A doença pode reincidir com outro sorotipo e é essa repetição que oferece perigo para a hemorrágica.



Aqui no Brasil já se fala na elaboração de uma vacina contra a doença. Mas enquanto isso não se torna uma realidade, cabe a população se conscientizar do perigo que representa a Dengue e procurar evitar a manifestação do mosquito. Lembrando que para isso, basta evitar o acúmulo de água parada em pneus e garrafas, limpar e cobrir piscinas e caixas d’águas, além de abrir a porta para os agentes da saúde que auxiliam no combate a doença e denunciar seu vizinho, caso o mesmo não esteja colaborando.

http://www.noticia.go.gov.br/
Por Tatiana Bruzzi
 
Publicado em Novembro de 2007

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